O Cavaleiro Templário de Peter Flinth é uma co-produção entre a Suécia, Dinamarca, Finlândia, Noruega, Alemanha e Reino Unido que foi nomeado ao Prémio do Público como Melhor Filme pela Academia de Cinema Europeu numa história que atravessa a época dos grandes conflitos entre famílias reinantes dos países Escandinavos até às Cruzadas feitas para a Terra Santa e as respectivas lutas entre Cristãos e Muçulmanos.
A história passa-se há cerca de 800 anos quando as fronteiras dos países nórdicos ainda não eram estáveis e onde as lutas de poder entre os diversos povos eram constantes.
Arn Magnusson (Joakim Nätterqvist) foi em criança entregue a um mosteiro como promessa dos seus pais por Deus lhe ter salvo a vida quando havia estado doente. Os monges que aí se encontravam acharam que deveriam fazer dele antes um exímio lutador do que propriamente um servo de Deus e, às mãos de Guilbert (Vincent Perez), um antigo templário agora convertido em monge, Arn torna-se de facto um excelente lutador com capacidades de ser cruzado.
Quando volta a casa apaixona-se por Cecilia (Sofia Helin) prometida a um clã rival e com quem tem um filho. Descobertos, Cecilia é enviada para um convento onde é maltratada pela madre superiora e Arn para as Cruzadas durante um período de vinte anos.
Com este filme temos aqui vários aspectos que fazem parte da História Europeia que, para apreciadores do género, se tornam interessantes, nomeadamente o facto das disputas entre os povos nórdicos terem sido inúmeras e intensas, causando queda de um clã em favor de outro a um ritmo alucinante, o que levou a constantes mutações de fronteiras e domínio de uns povos sobre os outros durante várias décadas.
Outro aspecto curioso de se verificar são as respectivas Cruzadas e muitos dos motivos que levavam jovens de toda a Europa a serem para elas encaminhados. Era quase como um desterro forçado para aqueles que eram, de certa forma, incómodos para as sociedades puritanas em que viviam.
Finalmente é igualmente curioso de assistir a uma história dramática de amor sobre aquele que, como o próprio final do filme indica, ter sido o motor impulsionador da estabilidade das fronteiras da actual Suécia, e como toda a sua vida foi modificada devido a apenas um acto de ciúme e de inveja.
Com a presença de Joakin Nätterqvist, Vincent Perez, Michael Nyqvist, Bibi Andersson e Stellan Skarsgard todos eles com presenças estáveis, regulares e por vezes até arrisco dizer sólidas (mais uns do que outros), o filme "peca" apenas por um pequeno aspecto que se sente em diversos momentos da sua narrativa, ou seja, momentos existe em que ao assistirmos à sua história quase parec feita ao estilo documental de um programa da canal História em que temos uma acção a decorrer e esperamos a qualquer momento ouvir a voz do narrador a contar o que se passa.
Não digo que isto estrague aquilo que temos do filme, pois para o género consegue realmente ser equilibrado mas, cria um certo impasse ou indecisão na fluência da própria narrativa. Fora isto, o filme tem, como disse, interpretações ao nível do que é exigido, um guarda-roupa bem elaborado e inúmeros segmentos de acção que conseguem ser credíveis e entusiasmantes.
Bem dirigido e bem interpretado foi, surpreendentemente, uma agradável experiência ver este filme que, assumo completamente, era um do qual suspeitava que fosse de interesse. E suspeitava principalmente por ser feito quase na íntegra numa língua que consegue ser um pouco difícil de escutar durante um período tão grande... Suécia.. nada contra... mas por vezes torna-se complicado! Bom filme na sua globalidade e um bom investimento para assistir.
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7 / 10
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