Ursinhos Carinhosos - Viagem à Terra da Brincadeira de Mike Fallows não passa de uma triste e pobre adaptação dos anteriormente engraçados desenhos animados que encheram os ecrãs televisivos nacionais da ida década de 80.
Eu já deveria ter desconfiado que não iria sair grande coisa deste filme não tivesse sido ele uma oferta para aqueles que, na campanha existente, comprassem As Crónicas de Riddick. Vin Diesel e Ursinhos Carinhosos não parece, logo à partida, um casamento feliz.
Aqui temos novamente as aventuras deste grupo de ursos multicolor que, ao contrário de tempos que já lá vão, não conseguem nem ser engraçados nem transmitir a agradabilidade que tinham. Porquê? Bom... na série animada que passava nos anos 80 recordo que os bonecos em si tinham, apesar dos eventuais meios menos evoluídos com que eram feitos, uma graciosidade de movimentos. Aqui, quase vinte anos depois, o que temos é um conjunto de animações que se notam claramente ter sido realizadas através de um programa computorizado que torna os bonecos e seus respectivos movimentos quase como se fossem uns automatos. Resumindo, tem momentos em que assustam mais do que propriamente conseguem provocar graça ou simpatia. Por breves momentos ainda me passou pela mente se realmente eles ainda eram os ursinhos carinhosos ou se por esta altura já estavam na fase dos ursinhos possuídos...
Àparte deste pequeno grande detalhe há também que refletir na própria história do filme. É certo que, sendo o principal público alvo as crianças, a história deve ser mais simples e acessível para que estas consigam captar certos valores e ideias como a amizade, a entre-ajuda e o companheirismo não se deve, de forma alguma, tratar aqueles que são mais jovens como se fossem imberbes que não conseguem captar ideias tão importantes como estas. Há que usar uma linguagem mais acessível, é um facto, mas não partir do princípio que por se ser mais novo se é, ao mesmo tempo, mais limitado e pouco dado a pensar. Ao ver este filme, a ideia que me ocorreu logo foi esta... A linguagem e a tentativa de transmitir ideias está tão básica que acaba por assustar só de pensar que será mesmo necessário recorrer a uma comunicação tão... rudimentar?
Os "ursinhos" podem de facto ainda ser carinhosos. Aliás, assim o serão para toda a eternidade... O que é certo é que qualquer tipo de magia e graça que tinham ficou enterrada, sabe-se lá até quando, tendo passado a algo mecânico demais para pensarmos que poderá vir a ter algum tipo de "salvação".
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