Os Miúdos Estão Bem de Lisa Cholodenko tem sido o filme que mais tem dado que falar dos últimos tempos. O motivo chama-se Annette Bening, uma das actrizes principais do filme que tem aqui o seu grande regresso ao cinema num desempenho que já é falado para todo o tipo de prémios e mais algum nomeadamente a sua potencial vitória nos Oscars.
Além de Bening participam também neste filme Julianne Moore, Mark Ruffalo, Mia Wasikowska e Josh Hutcherson em desempenhos consistentes e todos eles com a sua marca bem presente no filme.
A história gira em torno de Nic (Bening) e Jules (Moore) um casal homossexual com dois filhos Joni e Laser (Wasikowska e Hutcherson), que um dia decidem conhecer o seu pai biológico, que é como quem diz o dador de esperma, Paul (Ruffalo).
Após um encontro algo constrangedor, Paul começa cada vez mais a fazer parte da vida dos filhos e do casal, especialmente na vida de Jules que desenvolve uma relação sexual com ele, acabando depois por gerar todo o tipo de problemas maritais entre Jules e Nic.
Esta comédia dramática que além de um bom argumento da autoria de Lisa Cholodenko e de Stuart Blumberg, e que se centra nas realidades de uma família moderna tem um excelente elenco a dar-lhe vida.
Este elenco que já mencionei tem duas das grandes senhoras do cinema da actualidade e tem em Annette Bening a mais séria e forte aposta aos Oscars de 2011 na categoria de Melhor Actriz. Pelo menos é isto que a imprensa norte-americana tem apregoado aos sete ventos desde há largas semanas até esta data, e algo que, muito em breve, iremos verificar se se concretiza ou não.
Pessoalmente adoro Annette Bening. Note-se que uso sem qualquer reserva a palavra ADORAR. No entanto, Bening não tem aqui uma interpretação digna de ser apoiada para o Oscar de Melhor Actriz. Nem tão pouco ela desempenha o principal papel do filme. Este estaria ao cargo de Julianne Moore que também não tem um desempenho que se possa afirmar capaz de competir para Actriz Principal. Ambos desempenhos são bons e Bening surge como um forte apoio para a prestação de Moore mas nenhuma tem um trabalho dominante ao ponto de competir e ganhar prémios pelos mesmos. Agora, uma coisa é eu achar que não têm esse estofo, os desempenhos e não as actrizes em si que já têm provas mais que dadas, e outra coisa é se de facto vão ou não ser nomeadas a prémios algo que, suspeito, irá acontecer com toda a certeza. Mas depois de ver uma Annette Bening numa Beleza Americana ou uma Julianne Moore num As Horas e num Longe do Paraíso, este filme não será com toda a certeza aquele pelo qual elas irão ser recordadas.
O argumento tem com as suas reviravoltas sucessivas que passam desde a vida familiar normal aos dramas da adolescência e até pelo adultério e pela compreensão daquilo que é o conceito de família e especialmente dos novos tipos de família é, possivelmente, o aspecto mais forte do filme e aquele que terá a meu ver uma justa e potencial nomeação a Oscar.
Da mesma forma a banda-sonora da autoria de Carter Burwell que já foi inclusive nomeada aos World Soundtrack Awards, que junta acordes modernos e animados ao mesmo tempo que nos emociono naquele estrondoso final de filme é também uma forte aposta para dar ao seu compositor a primeira nomeação a Oscar na sua respectiva categoria.
Emocionante e cómico, dramático e alegre, é um filme bonito e bem realizado. Dinâmico e bem disposto mas que pelo excesso de publicidade que tem em aspectos dos quais não sai vencedor pode acabar por ficar um tanto à margem daquilo que nós enquanto espectadores esperamos que ele seja.
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7 / 10
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