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O Desafio do Futuro de William Ryan é um filme que conta com o dedo do falecido John Hughes no argumento e na produção o que nos faz obrigatoriamente esperar por uma comédia com toques dramáticos, e que nas interpretações principais nos apresenta Alessandro Nivola, William Sadler e Bruce Norris.
Neste filme conhecemos Robin (Nivola) um rapaz à margem da sociedade na pequena cidade onde vive, pois todos o culpam pela morte de um amigo sobrinho de Quinn (Sadler) o chefe da polícia local. Quando Robin decide lançar o caos numa noite, Quinn e Ernie (Norris) vêem-se completamente abafados pela capacidade que ele tem de os enganar constantemente. Por meio de algumas perseguições inúteis pela cidade que se tornam no momento mais cómico e engraçado do filme, assistimos a pequenas confissões e desabafos por parte destes três homens que mais não são do que o revelar de pequenas frustrações e sentimentos esquecidos ao longo das suas vidas.
As personagens de Nivola e de Sadler são, no seio das três personagens principais, aqueles que mais se confessam e mais se revelam. Tornam-se naqueles que mostram por um lado ter medo de passar à idade adulta e enfrentar os desafios que se avizinham agora (Nivola) e por outro, encarar a realidade dos acontecimentos passados, tentar sarar as feridas e perceber que no meio de tais acontecimentos a culpa não pertencer na realidade, a ninguém (Sadler).
Das obras que conheço de John Hughes esta foi até à data aquela que considero mais fraca. Não que o filme seja mau ou não se veja bem, ou mesmo que não provoque alguns momentos mais bem dispostos mas, não tem a força ou o protagonismo que outros filmes têm ainda nos dias de hoje. Existe de facto a exposição dos problemas da adolescência e aqueles que se mantêm no início da idade adulta, e o cliché que a meu ver, prejudica um pouco o filme, quando a personagem principal interpretada por Nivola alcança de facto a pedra no meio do rio. O tal "Reach the Rock" que simboliza a mudança. A possibilidade de fazer algo mais da vida e dar um rumo aos sonhos que em tempos se tiveram.
Faco que acaba por ser quase irritante no filme é a constante música de fundo. Parece que todos os movimentos dos actores ou planos de câmara têm de ser acompanhados por uma qualquer música que é mais irritante do que agradável e, a partir de certa altura, já nos fere mais os ouvidos do que propriamente descontrair.
Para aqueles que apreciam a obra deste falecido realizador, que aqui assume o papel de produtor e de argumentista, esta obra não irá certamente impressionar ou manter-se como um das de maior referência mas não deixa, no entanto, de ter todos os elementos que caracterizaram a sua carreira cinematográfica. Elementos como a juventude... a passagem à idade adulta... os conflitos interiores e os conflitos para com a sociedade envolvente... os conflitos geracionais... estão todos lá, e sabemos perfeitamente que esta é mais uma obra de Hughes... simplesmente não a sua mais brilhante ou marcante.
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4 / 10
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