segunda-feira, 11 de abril de 2016

Bankers (2012)

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Bankers de António da Silva é uma curta-metragem portuguesa que num estilo documentário voyeurista retrata as interacções sexuais entre um grupo de homens num wc público durante um qualquer intervalo do trabalho.
Identificados enquanto banqueiros, estes homens dirigem-se propositadamente - ou não - àquele local pois sabem ser nele que consegue encontrar alguma interacção ou contacto sexual anónimo e descomprometido saciando uma boa parte da sua sexualidade socialmente reprimida.
Ali, naquele espaço e sem qualquer preocupação ou procura maior, as entradas e saídas sucedem a um ritmo frenético onde todos eles conseguem de forma instintivamente animal satisfazer os seus prazeres e desejos mais carnais que reprimem devido aos diversos julgamentos sociais de que poderiam ser alvo.
Sem palavras e apenas recorrendo a gestos, sinais e ligeiros contactos físicos que denotam o mútuo interesse, a coreografia destes homens surge instintivamente e não programada, apenas "comandada" pela sedução e pelo flirt que, de forma anónima e sem um aparente sentimento, os impele a encontrarem-se de forma mecânica com o intuito último da sua satisfação sexual.
À semelhança do que já é comum nos documentários de António da Silva, em Bankers o espectador é novamente colocado numa dinâmica ambígua na medida em que se por um lado aqueles que o realizador regista assim o são porque denotam o seu exibicionismo - entre os demais elementos que se encontram naquele wc -, é também real que o espectador se transforma num elemento importante pois, enquanto voyeur, observa os referidos comportamentos que ganham - enquanto objecto cinematográfico - a importância que é esperada do documentário. São estas duas perspectivas ambíguas que, no entanto, se alimentam mutuamente e que melhor caracterizam este género específico, exponenciando o erotismo criado entre espectador e o "actor" através da ligação criada pelo realizador.
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4 / 10
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