sexta-feira, 15 de abril de 2016

The Pleasure of Your Company (2006)

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Dois Estranhos, Um Casamento de Michael Ian Black é uma longa-metragem norte-americana que nos apresenta Anderson (Jason Biggs) que, depois da morte da sua namorada no momento do pedido de casamento, se deixa levar para uma vida de desespero e amargura.
Quando um dia conhece Katie (Isla Fisher) e a pede espontaneamente em casamento no restaurante em que ela trabalha, os dois iniciam um conjunto de aventuras e peripécias sempre na companhia dos amigos e familiares tão ou mais inadaptados do que eles. Poderá uma improvável relação resistir a um potencial casamento?
Com um Jason Biggs a viver à custa da imagem de um American Pie no qual desenhou o seu próprio destino enquanto o eterno adolescente à procura ora de amor ora de sexo, The Pleasure of Your Company tenta fazer do seu tema central a procura desse sentimento que se julga e considera impossível... o amor verdadeiro. No entanto, aquilo que esta longa-metragem nos apresenta é, por sua vez, um conjunto de momentos com pouca graça, lugares comuns desesperantes e um conjunto de (personagens) inadaptados que brindam não com a sua originalidade mas sim com um lado negro do ser humano que, arrisco dizer, consegue ser mais assustador do que propriamente encantador como a tal busca de "Anderson" pressupõe ser.
Dirá o espectador mais desatento que o amor não tem lógica, que é espectável ser desajustado, desajeitado e até mesmo inadaptado pois o amor não tem sentido e é simplesmente sentido? Sim, é verdade, mas há excepção das duas personagens centrais interpretadas por Biggs e Fisher, aquilo que The Pleasure of Your Company apresenta é um conjunto de figuras que qualquer um de nós iria temer e das quais se iria afastar se com elas nos cruzássemos numa qualquer rua da cidade. Pais que chegaram à beira de uma terceira idade com desvios e devaneios sexuais mais ou menos confessáveis, outros tantos que mantém relações indesejadas apenas por conveniência económica e social sem esquecer aqueles que teimam em não confessar os seus reais sentimentos por medo e falta de aceitação de uma sociedade que simplesmente não quer saber. Além disto, os próprios protagonistas, por muito bem intencionados que sejam, acabam por revelar que eles próprios têm um conjunto de comportamentos desviantes que não só não têm graça como, acima disso, parecem acabados de fugir de um qualquer covil sentimental onde mais depressa manteriam uma relação com um antigo amor falecido do que com alguém vivo e com sangue pulsante.
The Pleasure of Your Company vive de momentos - qual sketch - de humor sem graça e sem fibra. Momentos aborrecidos e sem estímulo onde as personagens parecem retiradas de um universo paralelo e muito alternativo e com um conjunto de actores, onde figuram nomes como Margo Martindale ou Joe Pantoliano, desprovidos de veia ou qualquer tipo de identificação com as personagens às quais tentam dar vida.
Filmes existem dos quais é fácil criticar negativamente quer por estarem mal feitos, terem recorrido a efeitos especiais que não dignificam o género ou simplesmente não correram bem por falta de recursos... de uma química narrativa ou entre as personagens mas que, por esses mesmos motivos, se torna agradável. The Pleasure of Your Company é, por sua vez, um exemplo daquilo que está tão francamente mal feito que... nem suficientemente corrosivo se consegue ser para explanar argumentos suficientemente fortes para dizer que... não vale a pena. Assim, o pior que pode existir num filme é a sua falta de convicção em apresentar um espírito. Uma alma que nos faça criar empatia ou com a sua história ou com as suas personagens. The Pleasure of Your Company morre pelos dois referidos factores onde o espectador percebe que todos - actores e técnicos - estão lá... apenas pelo cheque e que desastre após desastre apenas esperamos - nós espectadores - pelo absurdo do momento final... se é que ele sequer vale a pena (obviamente que não). The Pleasure of Your Company ou como a comédia comprova que não pode ser forçada.
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2 / 10
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