quinta-feira, 14 de abril de 2016

Mos (2015)

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Mos de Bernardo Gomes de Almeida é uma curta-metragem portuguesa de ficção que se insere num género de terror fantástico e psicológico.
Ela (Ana Varela) acaba de sair do duche. Seca o corpo enquanto escuta música. De repente, a rádio deixa de emitir qualquer ruído.
O realizador e argumentista Bernardo Gomes de Almeida que já ofereceu ao espectador obras promissoras como Projecto V (2012) e o intenso drama Marta (2015) surge agora com Mos, uma obra com um carácter psicológico que deixam o espectador - por momentos - numa incerteza sobre o que acontece com aquela jovem mulher.
Com o conforto de um banho relaxante que tranquilizam o corpo e o som de uma música descontraída que poderia criar o ambiente perfeito, o espectador pergunta-se se, de um instante para outro, a recepção áudio terminasse subitamente. O que aconteceria se em breves instantes todo o mundo parecesse mudar sem que alguém o conseguisse perceber? É isso que "Ela" vive e experimenta naquele momento. Será a rádio que deixou de emitir? Será o mundo lá fora que alterou sem que ela o tenha percebido? Será "Ela" que mudou e que todas as suas estruturas tenham sido abaladas? Estará sózinha? "Ela" sente algo... e tudo fará para o modificar.
Com uma perspectiva de terror psicológico interessante para ser explorada, Mos garante ao espectador um conjunto de incertezas que rapidamente são esclarecidas sem, no entanto, conferir qualquer pista para as origens dos reais problemas ou para toda uma vivência que poderá - irá - ser completamente diferente a partir desse instante. Num ambiente física e psicologicamente instável e com a certeza de que a loucura se aproxima rapidamente, "Ela" (Ana Varela) terá de tomar o controle da situação e do espaço nem que para isso seja preciso sacrificar a sua própria integridade.
Com uma dinâmica interessante no género que representa, Mos confere ao espectador seis breves minutos de um clima tenso e agonizante e que, ao mesmo tempo, pede e desperta no mesmo a necessidade da revelação do "antes", ou seja, as origens de um momento onde tudo ficou drasticamente transformado.
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6 / 10
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