sábado, 16 de abril de 2016

Sex and Death 101 (2007)

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Sexo até à Morte de Daniel Waters é uma longa-metragem norte-americana que conta com a interpretação de Simon Baker como "Roderick", que nas vésperas do seu casamento com "Fiona" (Julie Bowen), recebe um mail com o nome de mulheres com quem dormiu ou irá dormir lançando-o numa crise existencial que o divide entre o projecto de uma vida ou a incerteza de um futuro que é, até ao momento, desconhecido.
Enquanto "Roderick" vive a consumação da sua luxúria, uma estranha mulher apelidade de "Death Nell" (Winona Ryder) deixa em coma todos os homens com quem se cruza. Poderá esta misteriosa mulher ser uma das que perfilam na lista de "Roderick"?
Anterior a um período ascendente de Simon Baker que alcançou sucesso com a série televisiva The Mentalist (2008-2015), Sex and Death 101 encontra, por sua vez, uma carreira descendente de Winona Ryder que se deixa levar numa pseudo-comédia que não faz justiça aos seus grandes sucessos da década de 90 do século passado. Aqui os dois actores encontram-se numa fase oposta das suas carreiras e que, numa certa perspectiva, dá uma interessante ideia sobre as inúmeras oscilações desta longa-metragem que, na realidade, não se consegue enquadrar nem numa comédia nem tão pouco num drama que poderia advir das turbulências sexuais de um "Roderick" desesperado em saber se para viver necessita de muito sexo ou se este é, na realidade, a causa da sua morte.
Simon Baker ainda sem o seu The Mentalist em perspectiva é aqui um actor (con)centrado na credibilidade de uma personagem que obviamente não se leva a sério. Folião e algo descomprometido mesmo quando assumira um conjunto de responsabilidades, o seu "Roderick" entende a certa altura que deve responder aos desequilíbrios de uma lista que não sabe de onde surgiu e, cedendo aos seus caprichos, confirmar que existe muito mais dentro da sua própria realidade do que aquela que o casamento lhe poderiam conferir a curto, médio e longo prazo.
No entanto, é a desresponsabilização que lhe chega vinda dessa mesma lista que, ao mesmo tempo, podem obrigá-lo a assinar o último contrato que alguma vez poderá assinar... aquele que ele - e todos - têm com a própria morte quando esta chega mascarada sob a forma de "Death Nell", uma misteriosa mulher que tem muito por contar quando a própria comunicação social a assume como responsável pela morte dos homens com que se cruza. Sendo ela a misteriosa "101" - aquela que determina o fim de "Roderick" -, personificará ela um fim absoluto ou, por sua vez, o começo que sucede a um caos anunciado? No fundo, poderá alguém garantir que todos os finais mais não são do que garantias de uma outra continuidade?
Numa mistura filosófica arriscada e que aqui falha por deixar navegar este Sex and Death 101 em sucessivas - e frustradas - tentativas de o tornar ora numa comédia ora num drama sentimental - mais ou menos -, aquilo que o espectador retira deste filme é que existe um sem fim de personagens que nunca revelam o seu móbil se é que eventualmente têm algum.
De trivialidade em trivialidade, nem Simon Baker nem Winona Ryder conseguem retirar de Sex and Death 101 algo que beneficie as suas carreiras, os seus objectivos ou que comprove o seu talento, co-existindo apenas num universo paralelo onde um tenta vingar como o galã sedutor de serviço e a outra como uma femme fatale capaz de voltar à ribalta num registo diferente mas que supostamente (não) será eficaz. Longe de qualquer revitalização de carreira ou marco importante para o futuro, Sex and Death 101 não só é banal e desapropriado como consegue ser um registo desinteressante e pouco elogioso para estes dois actores que têm, seguramente, muito mais e melhor a dar do que aquilo que aqui lhes é proporcionado.
Em poucas palavras - se é que seria mais alguma necessária -, depois de perdermos uma hora e meia da nossa vida aquilo que mais desejamos é esquecer que estivemos a visionar este filme. Se algo foi levado até à morte esse "algo" foi seguramente a paciência e receptividade do espectador.
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3 / 10
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