sábado, 16 de julho de 2016

Ice Age: Collision Course (2016)

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A Idade do Gelo: O Big Bang de Galen T. Chu e Mike Thurmeier é o quinto e mais recente título da saga animada pré-histórica iniciada em 2002.
Depois de uma vida aparentemente normal onde as aventuras de outros dias deram lugar ao marasmo de uma vida "adulta", Manny (voz de Ray Romano), Diego (voz de Denis Leary) e Sid (voz de John Leguizamo) juntam esforços a Buck (voz de Simon Pegg) para defender o planeta Terra de uma destruição provocada pelo embate de um asteróide. Mas nem tudo é tão fácil quanto aparenta... especialmente quando Scrat (voz de Chris Wedge) se encontra num improvável lugar...
Num registo muito semelhante àquele que os quatro anteriores títulos já haviam entregue ao espectador doseando o humor pelas suas personagens principais que, no entanto, já não dividem o tempo de antena que anteriormente registaram. Se é verdade que "Scrat" mantém o apontamento cómico que caracteriza, no fundo, todos os segmentos mais ligeiros dentro de uma saga que é já de si... ligeira preservando a sua importância para todos aqueles momentos "históricos" que o espectador pensava terem sido provocados pela evolução mas que mais não são do que consequências directas do seu acto - lembremo-nos por exemplo da deriva continental -, o mesmo já não se pode dizer da importância que o trio protagonista aqui mantém.
Se por um lado observamos os conflitos geracionais entre "Manny" e uma "Peaches" agora jovem mulher mamute que deseja a sua independência - momento que é, aliás, um dos principais para a continuidade desta saga que fará de "Manny" um avô-mamute numa das próximas entregas - e se "Sid" é basicamente a desgraça com pernas, pouco cérebro e muito coração que parece ter finalmente encontrado a sua metade, o mesmo já não se pode dizer de "Diego" que aqui tem aquilo que num filme de ficção o espectador apelidaria de "participação especial" mantendo a lembrança de que existe mas sem grande contributo real para a história. Que a amizade entre os três parece intacta é um facto, mas fica no ar a questão de... até que ponto se pode manter um trio protagonista quando parece haver tão pouco conteúdo para um (por agora) deles?!
Com um argumento aparentemente direccionado para "todo o público" com algum enfoque numa camada adolescente que - confirme ou não - também vê filmes de animação, os problemas dos três protagonistas passam pela perpetuação da sua existência, pela criação de família, por aquilo que deixarão para um mundo que não pára de evoluir (muito para sua própria desgraça) e para aqueles que ficarão depois deles... as mulheres, os filhos e a eternidade, Ice Age: Collision Course tem ainda uma certa característica ambiental revelada com a preservação de um planeta que pode - a qualquer momento - desaparecer com actos irreflectidos provocados pela manutenção de hábitos que parecem mais prejudiciais do que benéficos em nome de uma imagem de beleza e juventude eterna que mais não são do que ficção... numa animação.
Que esta saga está longe de terminar julgo ser do senso comum. O trio protagonista e um eterno "Scrat" - que não me espantaria poder vir a ter a sua própria longa-metragem - têm aventuras suficientes para entregar ao espectador apaixonado por estas histórias pré-históricas e ainda que Ice Age: Collision Course seja eventualmente o título mais frágil dos cinco já apresentados, não deixa de ser uma realidade que todos nós acabamos sempre por ficar rendidos pelas aventuras aqui retratadas - mesmo quando elas vão para lá da estratosfera - esperando que o próximo chegue o quanto antes.
Divertido, bem-disposto e revelador de que a já referida pré-história tem ainda muito por contar - sem esquecer a presença alienígena - Ice Age: Collision Course não esquece, enquanto uma boa longa-metragem de animação, os valores tradicionais inerentes à mesma como a família, a amizade e a capacidade altruísta de alguém se poder sacrificar em nome daqueles que mais ama.
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7 / 10
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