terça-feira, 3 de janeiro de 2017

The Night of the Living Dead 2: Case Zero (2016)

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The Night of the Living Dead 2: Case Zero de Cristobal Santana é uma longa-metragem independente espanhola intencionalmente criada como a prequela de Night of the Living Dead (1968) de George Romero.
Alicia viaja com a mãe para casa dos avós junto às montanhas. Uma vez lá chegadas, ambas notam estranhos comportamentos mas que, no entanto, associam à idade e ao isolamento sendo que algo se esconde por detrás de hábitos muito particulares.
Tido como a tal prequela de Night of the Living Dead mas com efeitos muito modernos para a ida década de 60 que aqui tentam imitar - de forma muito precária - a saga [REC], de Jaume Balagueró, este The Night of the Living Dead 2: Case Zero é um filme que desde os instantes iniciais se assume - ao espectador - como algo muito difícil de criar qualquer tipo de credibilidade, empatia ou coerência nos momentos que pretende recriar. Ora vejamos... falamos da suposta prequela de um título que ainda hoje, quase cinquenta anos passados, é ainda tido como uma referência do género e uma obra que marcou uma tendência que perdura nas suas mais diversas variantes. Sentida e compreendida - espera-se - essa responsabilidade, The Night of the Living Dead 2: Case Zero acaba por ser desde cedo uma obra que "marca" pela trivialidade, pelos momentos banais sem qualquer relevância para a história e tão pouco para o espectador que imagina que teria sido mais simples e fácil ter entregue a câmara a uma criança de cinco anos e largá-la num quarto escuro onde todos os demónios da imaginação ganhassem liberdade.
O efeito found footage claramente recuperado da obra já referida de Balagueró - e demais do género - e a suposta compreensão de que mãe e filha se dirigem para cuidar dos avós"doentes" e isolados são momentos já vistos e tidos vezes sem conta não revelando grande criatividade que possa atestar para a qualidade deste filme. Se a isto juntarmos o facto de perdermos perto de vinte minutos em que com elas "viajamos" sempre a seguir os pensamentos incoerentes de uma jovem adolescente com nada mais nos bolsos do que a saturação de ir visitar os avós então aquilo que aqui encontramos é algo que rapidamente faz o espectador atingir o seu ponto de saturação... Afinal, quem de nós aguenta estar durante mais de dois minutos a ver uma estrada a ser filmada?!
A isto juntam-se as tais imagens "verídicas não editadas" e aleatoriamente expostas como se afinal... tivessem sido convenientemente tratadas para credibilizar esta história que de credibilidade... nada tem. Momentos filmados pela propriedade sem nenhuma razão aparente... montanhas mais próximas também registadas sem nenhum fundamento ou explicação que levam o espectador a questionar-se de existiu, de facto, algum fundamento para esta captação de imagem ou se as mesmas conseguem de alguma forma contribuir para o desenrolar desta história que não só não é consistente per si como por muito que se tente não contém nenhuma ligação plausível para que o seu autor a queira apresentar como a tal "prequela" da obra de Romero ou mesmo reflectir sobre a necessidade de filmar um vão de escada, silêncios penosos - como aliás o é este The Night of the Living Dead 2: Case Zero no seu todo - ou acompanhar as incessantes subidas e descidas de escada numa viagem quase labiríntica por uma pequena propriedade que qualquer um de nós faria em menos tempo do que aquele que foi utilizado para filmar este... "filme". Entre uma cozinha, um quintal e um vão de escada o espectador pergunta-se... estará sobre o efeito de anti-depressivos?! Pois mais deprimente que isto é praticamente (im)possível...
Com interpretações - se assim as pudermos apelidar - (muito) amadoras, cenários tão deprimentes que nem obsoletos conseguem ser e uma fraca adaptação - mesmo que primária - do espírito apocalipse zombie, The Night of the Living Dead 2: Case Zero é uma tentativa nula que criar alguma simpatia, interesse, excitação ou menos ainda medo mantendo-se unicamente na índole de uma obra abusivamente apática - tal como as suas personagens -, sem graça e excessivamente longa na sua capacidade de nada fazer ou provocar. Por muito interessante que seja ter uma câmara na mão... nem todo o resultado final (?!) consegue ser um filme... muito menos uma referência no género.
Nem prequela, nem pré-prequela (...), nem introdução ou tão pouco uma variante do género... aqui temos apenas um realizador (???!!!) que tentou fazer um filme do seu quintal... e dizer que ele estava repleto de zombies que, por falta de orçamento, o espectador nunca consegue ver...
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