Morangos com Açúcar - O Filme de Hugo de Sousa é a adaptação cinematográfica da série juvenil que durou quase dez anos na TVI e que foi recentemente seleccionado para os Caminhos do Cinema Português em Coimbra.
Margarida (Sara Matos) e Rui (Lourenço Ortigão) regressam de Inglaterra para onde partiram para estudar, e reencontram-se num campo de férias com alguns dos seus amigos para em grupo concorrerem a um festival de música. No entanto, quando Rui se esquece de uma data importante da sua relação e Margarida se zanga, pelo meio aparece Tatiana (Mafalda Portela) que sente uma atracção por ele desencadeando uma já habitual cena de ciúmes.
A história deste filme pouco tem de inovador em relação àquilo que todos nós conhecemos tendo, no entanto, a única novidade de reunir num filme vários dos actores que participaram em diferentes temporadas televisivas da mesma. Para os protagonistas foram deixados os principais actores das duas últimas temporadas, relegando para as participações especiais alguns actores já "estabelecidos" da mesma e que tiveram as suas primeiras interpretações nesta longa série. Exemplo disso são nomes como os de Rita Pereira, Isaac Alfaiate, Sara Prata, Jessica Athayde, Helena Costa, Mafalda Teixeira e Pedro Teixeira, e ainda uma participação quase simbólica de Guilherme Filipe que fora, em tempos, o temído professor "Sapinho" da escola por onde muitos deles haviam passado.
À semelhança de muitos filmes "teen" norte-americanos este Morangos com Açúcar - O Filme está repleto, do início ao final, de segmentos musicais que os próprios interpretam, mas que entre si e a restante acção do filme se apresentam como desconexos e pouco relevantes para o desenrolar da (tremida) história que basicamente não é mais do que uma extensão de um dos episódios das temporadas de Verão que transportavam os actores mais mediáticos da escola para as estâncias de férias onde, aliás, também este filme toma lugar.
Essencialmente aquilo que posso dizer sobre este filme é que ele de conteúdo pouco tem sendo claramente uma forma de captar dinheiro do público adolescente que seguiu durante algum tempo as aventuras deste grupo de amigos e que pretendeu ver ali um desfecho, ao mesmo tempo que revê algumas das caras que ali fizeram história e iniciaram a sua própria carreira. Este poderia ser um normal episódio da série diária pois de qualidade filmica ou mesmo a nível interpretativo pouco (ou nada) evolui. É, na prática, aquilo que na gíria se apelida de "mais do mesmo". Que se desengane quem pensa que vai ver este filme e esperar uma evolução na história, no argumento, nas interpretações ou até mesmo nos adereços. Nada, em absoluto, de novo vai ser retirado daqui.
E com igual despreocupação também percebo, aliás como qualquer pessoa percebe se pensar um pouco no assunto, o porquê deste filme ser o (ou um dos) mais visto do ano, e quem sabe até dos últimos anos... ou mesmo de sempre... do cinema português. O seu público alvo justifica qualquer pergunta que possamos ter a este respeito e por aqui fica a respectiva resposta.
No entanto, deixo uma observação que julgo ser, essa sim, bem pertinente... Independentemente do conteúdo deste filme que pessoalmente afirmo ser uma lástima (e note-se que não tenho qualquer complexo em dizer que vi muitas vezes a série quando passou na televisão), posso questionar sobre a capacidade de investimento da TVI num filme deste género, bem como em alguns dos telefilmes que já produziu e que aqui também comentei, e tentar perceber o porquê de não investir mais em "verdadeiro" cinema. Verdadeiro na concepção de poder produzir e investir em histórias mais apelativas e para um público mais vasto (não em número mas em faixa etária por exemplo), como através disso, apostar num conjunto tão vasto de jovens e bem talentosos realizadores que florescem no nosso país.
Este "apelo" à TVI faz todo o sentido se pensarmos que nos últimos anos tem sido o canal de referência na aposta de ficção nacional, dando a tantos dos nossos profissionais uma presença regular tanto à frente como por detrás das câmaras, e que poderia agora apostar naqueles novos nomes de emergem um pouco por todo o lado, possibilitando assim uma maior aposta no cinema nacional. Afinal, estamos tão habituados a ver algumas destas caras no nosso ecrã que julgo não ser problema de ninguém continuar a vê-las... mas na tela de uma sala de cinema.
Quanto a este filme em concreto... uns gostam... outros não... sabemos ao que vamos, sabemos o que vamos ver por isso, quem o fizer, não se pode queixar muito do resultado final.
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1 / 10
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eu adoro o filme e adoro ainda mais o rui e a margarida ola tu es linda eu sou a tatiana silva e sou a tua maior faaaaaaaaa
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