sábado, 1 de dezembro de 2012

Kali, O Pequeno Vampiro (2012)

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Kali, O Pequeno Vampiro de Regina Pessoa foi uma das duas curtas-metragens presentes na secção competitiva nacional do Córtex em Sintra, e um dos mais inteligentes e bem executados filmes de animação nacionais (juntamente com Conto do Vento, Bats in the Belfry ou Os Milionários, para referir alguns) que vi nos últimos tempos, demonstrando que o cinema de animação português tem mostrado cada vez mais qualidade e vincada margem de manobra para ser bem sucedido.
Kali é uma criança que, como tantas outras, tem o único desejo de ter amigos com quem poder brincar, mas diferente porque esconde um pequeno segredo que o impede de com ele passar os dias. Kali é vampiro e se se aproximar do Sol põe fim à sua existência... ou pelo menos àquela que sempre conheceu.
Esta simpática curta-metragem não só é um exemplo de boa animação como também tansporta, à semelhança de tantos filmes do género, a sua mensagem sobre os verdadeiros e essenciais valores do indivíduo. O desejo de conhecer mais, de se interligar com outros seres partilhando assim não só os seus conhecimentos como conseguir através deles um auto-desenvolvimento tão esperado, mas também partilha a nobre mensagem sobre os valores da amizade (ou daquela que se poderia ter) quando nos entregamos à sociabilidade para com os outros.
A realizadora destaca-se com este seu último trabalho não só pela sua evidente qualidade, mas também por ser uma das pré-seleccionadas ao Oscar na categoria de curta-metragem de animação (e da qual seria uma justa e merecida vencedora), fazendo dela uma referência no cinema nacional do género.
Quase se torna num cliché afirmar que muitos destes enormes trabalhos sobre a forma de curta-metragem mereciam mais tempo de duração mas o que é certo é que pelo que tenho visto neles, o potencial é de facto mais do que suficiente para os tornar em longas-metragens. Espero pacientemente pelo dia em que pelo menos um destes filmes de animação consiga transformar-se numa, afirmando definitivamente que a animação portuguesa está forte e de muito boa saúde, como aliás (é de referir) notado pelo intenso potencial que as histórias filmadas têm revelado.
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9 / 10
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