sábado, 15 de setembro de 2012

Emergo (2011)

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Emergo de Carles Torrens é uma longa-metragens espanhola (falada em inglês) que passou pelo MOTELx, e toda ela baseada numa "corrente de "found footage" que muito parece gostar do género de terror.
Tal como o próprio estilo indica, este filme começa com algumas gravações "perdidas" de uma equipa de parapsicólogos que vai investigar os estranhos, e supostamente paranormais, acontecimentos que incomodam a família White desde a morte da mulher de Alan (Kai Lennox) e mãe de Caitlin e Benny.
Se durante todo o início do filme assistimos à equipa a conhecer a casa e instalar todo o equipamento vídeo naquela que consegue ser um demasiadamente longo segmento, especialmente se considerarmos a curta duração do filme, não deixa de ser verdade que os últimos quinze minutos conseguem fazer valer tudo aquilo que vemos. Fazem valer mas não saceiam toda a nossa curiosidade e vontade de ver (e ter) mais.
É um facto que a caracterização e o ambiente verdadeiramente claustrofóbico que é recriado naquele apartamento estão competentes e transformam-se nos aspectos mais positivos do filme conseguindo provocar algum incómodo e aquela sensação de que a qualquer momento tudo está prestes a explodir. No entanto, também não deixa de ser verdade que essa mesma "explosão" chega tarde e a más horas acabando quase por suceder tudo ao mesmo tempo não doseando harmoniosamente os aspectos de terror durante todo o filme.
As explicações, ou falta delas, para aquilo que sucede não só naquela casa como no fundo à família que tenta fugir de uma assombração, são pouco credíveis para o género. Culpar as hormonas e a adolescência num filme como Gritos resulta, no entanto, se assistimos a uma levitação, móveis a mover pela sala, e vozes demoníacas e continuar a insistir que é um qualquer síndrome da juventude não só é estranho como quase ridiculariza o género e o restante filme, fazendo assim tremer um argumento que por si já se encontrava tremido.
No entanto, nem tudo é negativo. Há que dar os parabéns à actriz Gia Mantegna (a jovem Caitlin) que consegue dentro da sua interpretação teen não só ser convincente no género como profundamente realista (não esquecer de considerar sempre o género do filme) devido ao seu comportamento que mostra querer isolar-se de um fenómeno que a persegue apesar de por motivos quase sempre ocultados.
No final acabamos por ter um filme interessante, mas não bom, com alguns sustos bem pensados, mas não muitos, interpretações contidas na sua generalidade e uma vontade quase assumida do princípio ao fim de mostrar apenas que as hormonas estão aos saltos mas, nem mesmo isso, consegue ser declaradamente propositado andando sempre à volta do "deve ser" mesmo quando se levita a não sei quantos metros do chão e se fala com uma voz demoníaca.
As intenções estão lá, quanto aos resultados isso... é outra história. Interessante e com os seus momentos mas longe de ser uma referência do género, acabando mesmo por ter um desfecho não só previsível como um pouco oco cujo único intuito foi provocar um último susto.
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6 / 10
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