sábado, 15 de setembro de 2012

Livide (2011)

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Livide de Alexandre Bustillo e Julien Maury foi um dos filmes que mais antecipei ver na edição deste ano do MOTELx e que, ao mesmo tempo, um dos que menos me impressionou.
Lucy (Chloé Coulloud) é uma jovem que enfrenta um novo trabalho em apoio domiciliário à antiga professora de dança, a Sra. Jessel (Marie-Claude Pietragalla), agora bem idosa, acamada e em coma no seu grande casarão isolado e cheio de memórias do passado.
Quando Lucy descobre em conversa que a Sra. Jessel poussui dentro da sua casa um tesouro de valor incalculado, e ao partilhar o segredo com amigos, todos combinam entrar naquela casa e descobri-lo para uso próprio. Aquilo que não esperavam é que fossem descobrir no interior daquela casa uma força maior que os iria ali prender.
Comecei por dizer que o filme não me impressionou, o que reafirmo, mas os motivos não se prendem de imediato com o filme em si mas com a sua projecção que foi abruptamente interrompida quando nos é revelado algo que já tinhamos percebido... a cópia enviada não era a final mas sim uma ainda por editar. Dito isto, ao vermos o filme percebemos que estamos a ver um conjunto de vultos que em muitas ocasiões nem percebemos bem quais são os seus movimentos, atitudes e gestos. Percebemos vagamento pela banda-sonora de fundo que a situação é de tensão mas do filme em si... pouco vamos sabendo.
Depois da interrupção da projecção a "luminosidade" do filme melhora um pouco... começamos a perceber realmente como é aquela misteriosa casa e onde é que cada um dos intervenientes se encontra bem como as suas expressões aos cada vez mais notórios perigos que enfrentam.
Mas o pior estava para vir quando quase no desfecho deste filme deparamos com todos os processos de filmagem que não deveríamos ter visto. Os cabos... as câmaras... os holofotes e os cenários claramente ainda por tratar e que aqui mais espelham (como o próprio realizador presente na sessão referiu quando se desculpava de algo que não tinha culpa) aquilo que poderia ter sido um excelente making-off para uma futura edição em DVD. A projecção deste filme estava assim consolidada como um verdadeiro desastre.
Do pouco de bom que se viu há a destacar o ambiente visualmente rico onde tudo está no devido local dando assim àquela casa um aspecto fantasmagórico e claustrofóbico que, com a cópia correcta para visionamento, teria dado um impacto bastante razoável ao filme, assim como a caracterização e guarda-roupa que no lado moderno é eficaz mas no que diz respeito ao característico da professora de ballet e respectivas alunas nota-se bastante competente.
A pontuação que dou, bem como o respectivo comentário que faço, são claros reflexos das deficiências que rondaram a exibição deste filme. Em circunstâncias normais não sei se seria diferente mas... dado o que tive não poderia ser outra. Percebe-se que existe a vontade de fazer um interessante filme de terror e suspense mas... o objectivo (nestas condições) não foi conseguido.
Aqui mesmo que quisesse falar da competência dos aspectos técnicos ser-me-ia complicado pois... até eles estavam por tratar retirando assim toda a componente de apreciação que lhes poderia ser feita.
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6 / 10
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