domingo, 17 de maio de 2020

La Cuarta Cita (2020)

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La Cuarta Cita de Roberto Pérez Toledo (Espanha) é uma das curtas-metragens "espelho" dos dias que correm centrando a sua realidade na distância e nas novas tecnologias.
Como viver um amor à distância? Ele (Rubén Bernal) e Ele (David Mora) vivem os tempos da pandemia do COVID-19. Distantes da concretização da sua relação ainda recente, privam via webcam e recordam alguns momentos desse passado recente vivido com a proximidade e intimidade que, agora, são impossíveis.
Com algum humor e um notório flirt entre os dois protagonistas que brincam e parodiam sobre os momentos que já passaram juntos, este La Cuarta Cita - o quarto encontro - acaba por tecer uma interessante tese não propriamente sobre as relações ou a facilidade de comunicabilidade entre duas pessoas mas sim sobre como pode sobreviver uma relação em tempos de pandemia onde se pedem os distanciamentos sociais e uma paciência extrema que diminui à medida que os dias passam sem uma solução (esperada) à vista.
Numa clara manifestação destes novos dias pelo qual todo o planeta (sobre)vive, o cinema pela mão de Pérez Toledo ganha uma nova perspectiva entregando a concretização de novas histórias às tecnologias que inicialmente se assumiam como veículos inovadores de comunicação, que depois se transformam em peças mais ou menos banais do nosso dia-a-dia e que, finalmente, se revelam como eficazes instrumentos para que a Sétima Arte consiga, de melhor ou menos boa forma, contar as histórias que surgem por contar e que possam transformar estes dias incertos em momentos um pouco menos cinzentos. Distantes do encontro entre os dois protagonistas cuja intimidade e cumplicidade são notórias, independentemente de testemunharmos um primeiro ou um quarto encontro, La Cuarta Cita é sim a confirmação de que esta (ou outra) relação - ou amor - pode sobreviver mesmo que os dias se manifestem com as inesperadas complicações que agora se vivem. Esperando, para tão breve quanto possível, que o afecto, o desejo e o sexo se possam uma vez mais assumir pela confirmação de um toque, as duas personagens deixam ao espectador o poder da palavra que traduz os actos e a destreza dos olhares que confirmam o desejo.
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7 / 10
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