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Todo lo que Viene de Roberto Pérez Toledo (Espanha) é uma das suas mais recentes curtas-metragens e uma que retrata este novo momento em que, agora sim, todos comunicamos com o recurso a estas novas tecnologias que nos aproximam em tempos que devemos manter distâncias.
Ele (Enrique Cervantes) e Ele (Álvaro Pérez Ruiz) falam via skype e observam-se a uma distância que o momento impõe. Falam de trivialidades que, noutras circunstâncias, seriam decididas sem uma prévia consulta sobre como melhor agir perante uma indecisão sem qualquer importância. Existe uma lista de objectivos que se pretende concretizar mas não se compreende bem quando.
Nesta curta-metragem tudo o que é trivial e tendencialmente sem importância é discutido como assuntos de um dia-a-dia incerto onde nada é (agora) dado como adquirido. Tudo o que é potencial sem importância numa realidade anterior é agora o assunto do momento. Como agir perante a incerteza ou, como um cenário ainda mais trágico, o que esperar desse "depois" que parece nunca mais chegar? Mas será apenas disto que falam? Ou equacionam um futuro sem indecisões onde as certezas da vida começam a partir da sua própria vontade de agir?
Ele (Enrique Cervantes) e Ele (Álvaro Pérez Ruiz) falam via skype e observam-se a uma distância que o momento impõe. Falam de trivialidades que, noutras circunstâncias, seriam decididas sem uma prévia consulta sobre como melhor agir perante uma indecisão sem qualquer importância. Existe uma lista de objectivos que se pretende concretizar mas não se compreende bem quando.
Nesta curta-metragem tudo o que é trivial e tendencialmente sem importância é discutido como assuntos de um dia-a-dia incerto onde nada é (agora) dado como adquirido. Tudo o que é potencial sem importância numa realidade anterior é agora o assunto do momento. Como agir perante a incerteza ou, como um cenário ainda mais trágico, o que esperar desse "depois" que parece nunca mais chegar? Mas será apenas disto que falam? Ou equacionam um futuro sem indecisões onde as certezas da vida começam a partir da sua própria vontade de agir?
As consequências de uma decisão tomada... ou as consequências de uma que nunca chegou a ver a luz do dia neste momento de incerteza global parecem tornar-se elementos de uma vida que ganham a importância de poderem ser terminais. Qual a importância de, por exemplo, rapar o cabelo quando o dia de amanhã é tão incerto como aquele que poderá chegar daí a mil dias? Quando nada é certo... preocupar com o quê?!
A interacção entre os dois protagonistas, sempre coerente e cúmplice, confirma a confiança e intimidade que só se conquista com quem realmente se conhece para lá de um momento específico na vida. Ali compreendem-se cumplicidades que se formaram pela próxima união de duas almas para quem a opinião, o conselho e a sugestão se assumem como importantes factores de uma vida a dois... mesmo que agora essa dupla apenas se aproxime pela possibilidade das novas tecnologias e não da próxima convivência. Cervantes e Pérez Ruiz emocionam por essa cumplicidade agora afastada pelos muros de uma realidade global que não só não se construiu como tão pouco se sabe quando poderá terminar. A realidade existe para lá das suas portas... a cumplicidade e o afecto está lá... tão próximo quanto pode estar e tão íntima quanto alguma vez poderia (ou poderá) estar.
Magnificamente "desenhada" ao sabor dos dias deste ano 20 do século XXI que a todos apanhou de surpresa e que nos deixou num inesperado limbo, esta Todo lo que Viene acaba por confirmar o próprio sentido do seu título pela incerteza de que "venha o que vier" "ele" e "ele" estarão lá... um para o outro.
Magnificamente "desenhada" ao sabor dos dias deste ano 20 do século XXI que a todos apanhou de surpresa e que nos deixou num inesperado limbo, esta Todo lo que Viene acaba por confirmar o próprio sentido do seu título pela incerteza de que "venha o que vier" "ele" e "ele" estarão lá... um para o outro.
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