segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Beautiful Creatures (2000)

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Belas Criaturas de Bill Eagles é uma algo desconhecida comédia negra britânica com a presença de um rosto bem conhecido e apreciado... Rachel Weisz.
Além da actriz já galardoada com um Oscar, temos ainda Susan Lynch que partilha o protagonismo do filme e Iain Glen numa prestação secundária.
Dorothy (Lynch) e Petula (Weisz) são duas mulheres que percebemos serem claramente alvo de humilhações e maus tratos por parte dos seus companheiros. Um dia, e devido a um acaso, Dorothy cruza o seu caminho com Petula, salvando-a das agressões do seu patrão e amante, deixando-o deamaiado e, mais tarde, morto acidentalmente.
As vidas destas duas mulheres que até então haviam sido apagadas e vividas na sombra dos homens que acompanhavam tem assim uma volta de 180º, mostrando-lhes que afinal são também elas capazes de viver vidas independentes onde têm de lutar pela sua própria sobrevivência.
Aquelas duas vidas que à partida nada tinham que as aproximasse uma à outra irão à custa das difíceis circunstâncias em que se encontram, mostrar que entre tanta gente só nelas próprias podem confiar.
Ver Rachel Weisz é assumidamente um prazer cinematográfico que eu, entre muitos outros cinéfilos, têm. É impossível não gostar não só do look da actriz que é genial como o seu talento enquanto actriz é inquestionável. Quer seja no drama ou na comédia, Weisz é sempre radiante. Tem uma presença francamente fresca e agradável. Irradia qualidade interpretativa e dramática... Mesmo nas comédias que faz, o seu olhar é sempre uma presença dramática.
Infelizmente este não será o melhor dos seus filmes. Até simpatizamos com a loira algo "burra" que ela interpreta mas nem isso consegue dar ao filme uma dinâmica muito boa. Tem os seus momentos mais quentes e tal mas na prática nunca chegam para tornar o filme no seu todo algo de muito apelativo e interessante.
Alguns dos segmentos passados naquele tão mal fadado apartamento conseguem começar a cativar-nos mas, no entanto, rapidamente eles são resolvidos e ultrapassados não criando grande ligação com o restante filme ao ponto de acharmos que vale realmente a pena o esforço (nosso para simpatizar muito com o filme).
Iain Glen, como sempre, interpreta o vilão se serviço que aparenta conseguir ter tudo o que quer, quando quer e como quer, mas na realidade não contava com a presença destas duas mulheres na vida dele. Lynch, que até tem uma prestação estável, acaba por nunca sair daí mesmo... estável. Momentos existem em que pensamos mesmo se será que ela vai "explodir" em algum momento mas... novamente estável.
Weisz quer pela sua loira "burra", quer pela sedução e sensualidade que consegue pôr na sua personagem lá retira alguns dos momentos mais interessantes e divertidos do filme mas, mesmo assim, não consegue fazer valê-lo por aquilo que poderia (talvez) ser.
Como objecto de entretenimento e de distracção por uma hora e meia o filme lá nos leva... Como objecto de interesse ou de um filme que mais tarde iremos recordar... não vence... antes pelo contrário. Vale por Weisz... e pouco mais.
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5 / 10
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