O Estrondo de Rúben Ferreira é a mais recente curta-metragem deste jovem realizador que aqui regressa à comédia com um dos seus mais fortes trabalhos.
Dois gunões, que aqui pela capital seriam facilmente apelidados de "carocho" graças aos seus comportamentos, conversa e claro vestimenta e respectivos apetrechos, preparam-se para mais um dia em que nada fazem (literalmente) quando um dealer lhes deixa ao seu cuidado uma misteriosa mala repleta de algo bastante valioso.
Depois de abrirem esta mala, naquela que é uma clara referêcia ao Pulp Fiction, e de lá emanar uma surpreendente luz que os irá seduzir pelo seu real valor, estes dois carochos têm nas suas mãos a raíz da maior trip que alguma vez irão alcançar.
O argumento da autoria de Alexandre Santos está repleto de elementos cómicos que dão a esta curta uma vida própria que a transforma num sucesso. Não me refiro só aos dálogos em si, mas também aos pequenos elementos que dão uma luz própria às personagens, principalmente àquela a que Alexandre Santos interpreta. O seu carocho é, na prática, aquele elemento que quando se cruza por nós no comboio esperamos que não se sente ao nosso lado ou quando passa por nós na rua cria instantaneamente a vontade de agarrar em todos os nossos bens de valor para não serem roubados. No entanto, a vida que consegue dar a esta bizarra personagem levam-nos a ter uma estranha simpatia por ele e a rir de tudo o que diz, e até mesmo daquilo que não diz. A sua preparação para sair de casa, a sua dança manhosa enquanto fuma a próxima "broca" ou a "trip" alucinante graças ao estranho conteúdo daquela mala (não vou revelar o que é, quem quiser saber tem de ver), são garantidos momentos hilariantes muito bem escritos e interpretados. Tão bem que quando a senhora do café o trata por "meu lindo", todo o mal que poderíamos ver naquela figura desaparece de imediato. E tudo isto sem referir que pela primeira vez na história de muitos filmes a que já assisti, este ter sido o primeiro em que vejo uma personagem a fazer de telemóvel em pleno modo vibratório, algo que me conseguiu extrair várias gargalhadas. Alexandre Santos está realmente de parabéns pela sua magnífica interpretação que a dar continuidade (como suspeito que irá acontecer), espero que evolua ainda mais.
Mas existem também alguns pequenos detalhes mais negativos neste trabalho. O primeiro é a qualidade do som fas filmagens em interior que tornam a percepção do que é dito um pouco mais difícil. Nada que prejudique a qualidade do trabalho em si mas algo que tem, sem dúvida, de ser aperfeiçoado. Finalmente, a referência final a "se quisermos ver mais da parceria"... que é desnecessária, pois desvirtualiza um trabalho que está bem conseguido, tornando-o quase num momento publicitário para futuras colaborações.
Já o disse a respeito de outros trabalhos e com este volta a confirmar-se... Rúben Ferreira é uma excelente aposta enquanto jovem realizador que espero continue a trabalhar na área e a (re)criar bem sucedidos trabalhos que não só conseguem cativar uma enorme legião de fãs como acima de tudo são boas, originais e criativas apostas que elevam o humor a um nível mordaz e escatológico (há que dizer a verdade), do qual todos acabamos por (in)voluntariamente gostar.
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"Tenho de cuidar da alma que o corpo já foi."
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7 / 10
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"Arranca e nao faças pó, 'ma se for pó branco, manda vir"
ResponderEliminarQue estrondeira ó velhote :D
ResponderEliminarapesar de o alexandre ser o protagonista nao devemos tirar o mérito aos outros que tambem estiveram muito bem. Adorei esta parte: ó chefe nao é para ir em camera lenta? mas tu es burro? anda mazé caralho!! ANDA!!!!!!!!!!
ResponderEliminaradoro
Oh maninhoo! Que puta de replica!
ResponderEliminarNão é facil conseguir fazer algo assim tão criativo. É para ver que com poucas ferramentas se consegue fazer seja o que for. É preciso é ter vontade de querer fazer. Desde já muitos parabéns a toda esta equipa que se esmerou bastante n trabalho conseguido.
ResponderEliminarContinuem minha geração.
considero-me um total apoiante deste jovem , penso que irá ser um dos grandes ! Continuação de um grande trabalho :)
ResponderEliminarA sério?
ResponderEliminarEstamos perante a decadência do cinema nacional: Uma curta amadora sem qualquer tipo de conteúdo cativante, interessante ou mesmo razoável que consiste em humor brejeiro e reles. Cópia directa do Balas e Bolinhos. Além do mais, consegue captar uma quantidade impressionante de visualizadores! Não se destaca na história nem na cinematografia nem na representação nem na edição nem na banda sonora. E tu, Peralta, atribuis a este monte de esterco uma classificação positiva? Ou será caso que também te estejas a deixar levar pelo outro meio milhão mentecapto? Estou francamente desiludido. Esperava melhor.
ResponderEliminarCumprimentos,
T. Teixeira
Caro Tiago Teixeira ,o seu comentário só demonstra uma grande ignorância intelectual , embora aqui nos queira fazer parecer o contrario ,
EliminarPois brejeiro é a sua analise que considera quase um milhão de visualizadores esterco , dê uma vista e olhos aos outros trabalhos do jovem
Realizador amador Ruben Ferreira que já foi convidado pela Sic Radical a exibir 2 dos seus filmes , quem é você para tentares humilhar algem
Que pegou numa camara com 7 anos e nunca mais deixou de sonhar fazendo trabalhos extraordinários com os meios quem tem .
Lamento que a sua capacidade de analise seja tão reduzida ao ponto de só considerar bom o que lhe agrada , só não poderei dizer que
Estou francamente desiludido porque o seu trabalho não é conhecido , regresse para debaixo da sua pedra seu verme ignorante .
ajvft
Para já, teria mais credibilidade se não desse tantos erros ortográficos e para mais, o facto de ter ido ou deixado de ir à SIC Radical é um ponto completamente irrelevante, visto que se encaixa, novamente, num apelo às "massas", que pouco ou nada entendem da sétima arte e cujo único interesse é ver um grupo de adolescentes a dizer palavrões e "one-liners" que fazem pouco ou mesmo nenhum sentido.
EliminarAliás, duvido que tenha ido à SIC Radical por mérito (visto que estes trabalhos são dignos de dar umas fortes gargalhadas mas não pelos bons motivos), a minha aposta está em cunhas. Sim, cunhas.
Trabalhos extraordinários para os meios que tem? Não diga asneiras, já vi gente com muito menos meios, tanto em Portugal como em Inglaterra realizar trabalhos bem mais cativantes e muito melhor conseguidos em todos os aspectos. Apesar de não estar muito familizariado com o YouTube português, tenho conhecimento da existência de outros jovens com muito mais potencialidade neste campo.
Os seus argumentos que tentam invalidar os meus apenas acabam por me dar razão, portanto, reduza-se à sua insignificância.
Cumprimentos,
T. Teixeira
ta demais
EliminarCaro Tiago
ResponderEliminarDita amadora ou profissional, gosto de deixar este espaço para todo o tipo de trabalhos que me chegam e dar-lhes o devido destaque, mais ou menos momentâneo. Logo este, como qualquer outro filme, que às minhas mãos venha parar para ser visionado tem e terá o devido lugar para ser comentado quer seja positiva ou negativamente.
"Humor brejeiro e reles..." bom, deste tipo de humor sobreviveram duplas como Bud Spencer e Terrence Hill... o elenco da saga Carry On... que filmou durante mais de vinte anos... O famoso João Broncas que fez as delícias de toda uma geração, apenas para citar alguns exemplos... Rebaixar o estilo "brejeiro" como a algo sem qualidade é desrespeitar todo um grupo de pessoas que quer ver um pouco mais do que apenas filmes ditos "intelectuais" como se o cinema fosse apenas feito para um dado sector ou grupo "social". Há, a meu ver, espaço para todos.
A classificação que EU atribuo é apenas e só isso mesmo... uma pontuação atribuída por mim. Não entro em esquemas sobre que filmes é que deveriam ter a nota X ou Y, atribuo-a pelo bom, ou mau, momento que o filme me proporcionou... e em última análise não passa disso... uma mera classificação... alta demais para uns... baixa demais para outros... Tudo bastante relativo e devidamente enquadrado... para mim.
Deixar-me levar... não deixo... Nem por ditos mentecaptos... nem tão pouco por supostas elites intelectuais que pretendem ditar aquilo que é "bom" e aquilo que é "mau"... Gosto, e faço por, ter a minha própria opinião dependendo daquilo que vejo e dos aspectos mais ou menos positivos que me são apresentados. Não pretendo agradar a ninguém com o que escrevo e tenho plena consciência que nunca o farei. Posturas de vida, e riscos, que cada um de "nós" que escreve e publica para alguém ler corre.
Quanto ao realizador em questão... estou certo que com o devido apoio e auto-investimento neste domínio, entregará futuramente, trabalhos que serão ainda mais consistentes e que irão reflectir a sua dedicação ao cinema. Talvez, quem sabe, faça um dia um filme bem intelectual para agradar a outros tantos portugueses a quem não consegue "chegar" no presente.
Cumprimentos :)