The Path de Arcadiy Kulchinskiy é uma das mais bem conseguidas curtas-metragens que vi este ano e que reflecte sobre assuntos tão variados como qual o nosso verdadeiro propósito na terra e, acima disso, seremos nós assim tão livres quanto pensamos ou existirá uma entidade maior que determina todos os nossos passos?
Não me adianto mais sobre o conteúdo desta curta-metragem à excepção claro da premissa já avançada nas linhas anteriores e que é fundamentalmente o mais importante de toda a história assinada por Janine Silva... somos realmente livres e tomamos as nossas próprias decisões ou, por sua vez, existe algum tipo de entidade superior que desconhecemos e que decide todos os obstáculos pelos quais devemos passar ou principalmente aqueles que nos bloqueiam irreparavelmente. Mais importante ainda acaba por se tornar o facto de que uma maioria significativa da população nunca se apercebe do que realmente se passa à sua volta mas o que acontece quando um dos diversos indivíduos que percorrem esta Terra percebe que afinal não é tão livre quanto aquilo que pensa?
Sobre as interpretações não me vou referir pois apesar de importantes acabam nesta curta por se tornar secundárias a favor de toda a premissa que as conduz, no entanto, não é possível passar por este filme sem deixar uma referência igualmente positiva à sua fotografia que transforma a cidade de Lisboa ao retirar-he a sua luz natural, que serviria como um claro sinal da iniciativa própria de cada um, tornando-a quase opaca e secundário numa clara alusão ao ideal de que todo o nosso futuro já está definido e no qual nós pouco (ou nada) iremos interferir.
Um trabalho sólido e muito competente das mãos deste realizador que à semelhança do que já havia comentado a respeito de Ajuda-me (um seu outro trabalho), mostra ser uma grande esperança do cinema português e para o qual deveremos estar atentos.
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8 / 10
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