terça-feira, 20 de novembro de 2012

Auto do Cordeiro (2009)

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Auto do Cordeiro de Pedro Rocha Nogueira é a primeira curta-metragem produzida pela Filmes Liberdade e reflecte sobre o fim da Humanidade através dos pensamentos de ume mulher (Marta Inocentes).
Entre memórias, promessas e divagações sobre a Humanidade à qual poderá dar (ou não) continuidade graças ao esperma que tem guardado, esta mulher levanta interessantes questões sobre o papel dela enquanto indivíduo, enquanto mãe ou sobre como o seu próprio mundo poderia ter sido diferente se tem nascido homem tal como a sua mãe pretendia.
Num mundo onde tudo parece ter chegado ao fim, e onde aparentemente ela é o último ser vivo à face da Terra, qual seria para ela e para a suposta "Humanidade" agora desaparecida, a continuidade da mesma? Como se iria ela reproduzir? (Sobre)viver? Ou mesmo como se iria ela novamente erguer enquanto Humanidade com algum conjunto de valores que, também eles, estão agora desaparecidos?
Interessante no que a argumento diz respeito, também o é na sua vertente de filmar um video-diário onde os pensamentos da personagem principal acabam depositados para uma memória futura, pelo seu extraordináriot rabalho de fotografia que nos dá a sensação de vivermos claustrofobicamente enclausurados num pequeno espaço que é uma clara representação do próprio espaço e mundo em que a acção decorre e que anula qualquer sensação de cor/luz como significados de uma esperança que já não existe.
Como aspecto negativo (se assim lhe poderei chamar) destaco apenas a curta duração deste filme que tinha pernas para andar um pouco mais longe prolongando e desenvolvendo alguns dos dilemas nos quais aquela "mulher" se encontra.
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"Mulher: Sem Humanidade não há Deus que resista."
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7 / 10
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