Homofobia de Gregor Schmidinger, que também assina o argumento, é uma curta-metragem de origem austríaca que foi feita com o propósito de estrear antes do dia da luta contra a homofobia.
Michael (Michael Glantschnig) é um jovem militar do exército austríaco que vive com o seus próprios segredos e dramas interiores que o fazem reprimir uma sexualidade desconhecida para a maioria daqueles que consigo convivem diariamente e também pelo facto de ter desenvolvido uma pequena paixão por Raphael (Josef Mohamed), um dos seus companheiros de armas.
No entanto aquilo que Michael não sabe é que Jürgen (Günther Sturmlechner), outro dos seus companheiros, já descobriu o seu segredo e começará uma onde de bullying e assédio sobre ele que o irá atemorizar, ao ponto das consequências colocarem em risco a sua própria vida.
Àparte da temática gay já estar francamente desenvolvida nestas pequenas curtas-metragens, é quase regra geral que muitas delas optam por retratar um lado mais "selvagem" e de "engate" casual do que propriamente os dramas pessoais pelos quais muitos passam. Assim, quando surge um trabalho que opta por mostrar o lado humano da sexualidade (independentemente dela qual fôr), dos medos e das angústias que cada um (ultra)passa pela sua auto-descoberta, acaba por se tornar num filme que merece ser visto. Este é o caso.
Ao contrário do habitual desejo, sexo fácil e rápido e de preferência anónimo que muitos destes filmes mostram vezes e vezes sem conta, aqui é-nos dada a conhecer uma personagem que reprime toda a sua sexualidade com medo do que aqueles que com ele passam os dias descubram. Com medo do que a sua pequena comunidade possa pensar e sobretudo com medo do que ele próprio possa sentir, recusando assim a sua própria aceitação.
Para além da parte descartável do sexo, que aqui nunca chega a ser abordada, este filme dá-nos a conhecer o assédio de terceiros que surge em virtude do medo do próprio, mas que termina quando a coragem da aceitação, da amizade e da vontade de viver ocupam o primeiro plano da vida daquele indivíduo.
Interessante curta-metragem, com um excelente trabalho de fotografia de Nino Leitner que "povoa" de negro toda a imagem numa clara alusão ao estado de espírito de Michael, e que preza pela qualidade deixando de lado os habituais clichés que normalmente povoam este género de filme, dando-lhe assim um ambiente mais humano e menos fast-food.
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7 / 10
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