segunda-feira, 4 de junho de 2018

State Zero (2015)

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State Zero de Andrée Wallin (Suécia) é uma curta-metragem de suspense centrada numa Estocolmo pós-apocalipse deserta e abandonada entregue a uma vegetação que ocupa a cidade a um ritmo galopante. No entanto, estará a cidade realmente desabitada ou, por sua vez, algo se esconde nas sombras?
A curta-metragem escrita e dirigida por Andrée Wallin tem a qualidade de se inserir num género nem sempre fácil e onde os mais elaborados trabalhos podem (ocasionalmente) resultar num conjunto de lugares comuns já conhecidos pelo espectador contribuindo, dessa forma, para uma saturação do género que, no entanto, aqui não se verifica. Daquilo que é um momento inicial muito próximo ao de 28 Days Later... (2002), de Danny Boyle passando por um ritmo ao estilo de I Am Legend (2007), de Francis Lawrence, State Zero consegue recuperar o melhor das duas obras inserindo-o em quinze minutos intensos e comprometidos não só com a respectiva homenagem do género como principalmente na garantia de bom entretenimento para com o espectador.
O argumento de State Zero entrega um pouco de tudo desde a suspeita de experiência médica que corre mal à cidade deserta onde os efeitos de uma imparável Mãe-Natureza não se fazem esperar, sem esquecer a tradicional missão militar que acaba por revelar o início (ou a presença) de algo desconhecido até então e claro... a (não tão) leve confirmação de que isto é apenas uma ligeira introdução para algo maior que se faz anunciar (talvez também nas sombras) e que poderá explicar tudo aquilo que ficou para trás num mundo que era bem diferente do que aquele agora apresentado em State Zero... talvez uma tradução literal faça justiça àquilo que nos espera num Estado agora iniciado a partir do zero...
Intenso, bem construído nos seus efeitos especiais e capaz de denotar todo um trabalho de caracterização ao nível de grandes produções de Hollywood - bastará para sua explicação toda a demais obra do realizador -, State Zero prima principalmente pela vontade que deixa no espectador em que a tal "continuação" chega rapidamente não só sob a forma de uma outra curta-metragem que nos revele o que afinal aconteceu na capital nórdica mas também os porquês das experiências e as consequências que as mesmas tiveram no país e, quem sabe, em todo o demais continente global.
Surpreendentemente bem construída e com um ritmo frenético mesmo nos momentos em que a calma parece ser ameaçada por algo (ainda) desconhecido, State Zero é o exemplo perfeito de que menos pode sempre ser mais em obras deste género e que a capacidade de construção de uma boa história "obriga" (o realizador) a que chegue mais... e muito rapidamente. O espectador assim o exige.
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7 / 10
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