Alien: Night Shift de Aiden Brezonick (EUA) é mais uma das curtas-metragens que celebra o quadragésimo aniversário da obra de Ridley Scott levando o espectador a cenários que lhe são de certa forma familiares e aqui continuados graças à imaginação e dedicação de novos realizadores.
Encontramo-nos na Colónia Mineira de High Lonesome em LV-422. Welles (Terrance Keith Richardson) chama por Harper (Tanner Rittenhouse), um colega de trabalho estranhamente isolado dos demais e adormecido numa pequena viela. Mas o que Welles não sabe é que Harper esteve na presença de uma inesperada companhia...
Desenvolvendo de forma cativante e inspirada o imaginário da saga Alien (ainda que com alguns aceitáveis lugares comuns típicos de quem pretende a devida homenagem), esta curta-metragem - a semelhança das demais já aqui apresentadas -, recria um pouco da atmosfera apresentada já há algumas décadas, a premissa de que estas personagens estão na presença de uma estranha companhia que não só não sabem identificar como tão pouco estão preparados para lidar com os efeitos destruidores da sua passagem.
Todos os elementos são inicialmente entregues ao espectador mais atento que compreende que os dois amigos mais não são do que o embrião inicial de toda uma história que está por ser desenvolvida. E é aqui que esta curta-metragem não só apresenta o seu maior trunfo como, ao mesmo tempo, peca pela curta (extremamente curta) duração que interrompe o espectador em tudo aquilo que o mesmo queria ver. No fundo, e por outras palavras, tudo aquilo que observamos neste Alien: Night Shift mais não é do que o óbvio e esperado de uma história centrada neste universo... dois amigos que vão a um bar depois de um deles ter sido encontrado em estranhas circunstâncias... reúnem-se com um outro grupo de colonos do já mencionado planeta para aí darem início a todo um jogo de gato e rato sendo, também este, interrompido pelos verdadeiros acontecimentos "lá fora" que começam a ocorrer um pouco por todo o colonato. O invasor está às portas... e ninguém deu pela sua chegada. Que comece a caçada...
O potencial desta curta-metragem, que no seu argumento base limita-se a uma breve (mas sentida) homenagem ao género e à saga em concreto, reside naquilo que o espectador acaba por não ver... o que ocorre no centro daquele bar já o vimos na obra original de Scott ou até mesmo nas demais sequelas aquando das primeiras manifestações do Xenomorfo. No entanto, e para lá dessa manifestação ou breve jogo de gato versus rato, é aquela confirmação de tumulto fora de portas que o espectador acaba por considerar interessante... a possibilidade de observar o derrube do colonato e a confirmação de que este "Alien" é, afinal, o verdadeiro senhor de um território para o qual nenhum humano estava preparado seduz por todas as possibilidades que são aqui equacionadas não propriamente em Alien: Night Shift mas sim nas portas que este abre para a potencial obra maior que poderia ser construída a partir daqui revelando quão depressa caiu um dos eventuais primeiros colonatos.
Caprichos de um espectador - eu - à parte, esta curta-metragem assume-se facilmente como mais uma digna representante do universo Alien deixando o comum mortal - novamente tal como eu - expectante para uma potencial nova entrega desta saga que tarda em chegar. A grande opus está porvir - assim o desejo -, e todos estes filmes curtos que abrem portas para esse futuro - ainda que aqui pareçam ser claros testemunhos do passado -, são magníficos exemplares de todo um imaginário colectivo inter-geracional e fiéis testemunhos de uma das maiores sagas de ficção científica das últimas décadas.
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6 / 10
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