sábado, 16 de novembro de 2019

Terror Road (2018)

.
Terror Road de Brian Shephard (EUA) é mais uma das curtas-metragens a marcar presença na décima edição do Buried Alive Film Festival a decorrer em Atlanta neste que é o penúltimo dia do evento.
Uma estrada deserta. Um regresso a casa. Um carro que avaria e uma mulher que tem um estranho encontro que poderá determinar o seu destino. Irá ela encontrar a melhor solução para o seu regresso?
Numa fórmula já conhecida de qualquer cinéfilo mais atento, Terror Road recorre aos elementos tradicionais deste horror sobrenatural colocando personagens e espectador no mais óbvio e sinistro ambiente possível. Tudo nesta curta-metragem tem, sem grande margem para manobra, os indícios típicos de uma história de género que o espectador já sabe de antemão como irá terminar. Afinal, alguém acredita que numa estrada como aquela em que a nossa protagonista se encontra existe uma qualquer possibilidade - ainda que remota - de sobrevivência? E isto... não é entregar nenhum spoiler.
"Anna" (Surely Alvelo) é uma mulher de regresso a casa num clima que, aparentemente, nunca lhe provocou calafrios... Mesmo considerando que a estrada que percorre dá, de forma mais ou menos casual, título a esta curta-metragem e isso, por si só, deveria ser motivo suficientemente para pensar se a deveria cruzar mais alguma vez... O seu trajecto é "habitual"... a sua completa descontracção é, pelo que percebemos, tanta como em qualquer outro dia... Mas, será que anteriormente o mal espreitou com tanta vontade de a encontrar como agora o faz? A resposta será... possivelmente sim... mas apenas agora decidiu dar o ar de sua graça.
A partir daqui os lugares comuns invadem o ecrã... Todos sabemos que irá existir um atropelo "acidental"... Uma preocupação natural daquela que tem o coração puro e que o mal irá certamente testar... E mesmo a habitual fuga ao mesmo que, afinal, poderá não ser tão certa como se faz adivinhar. Mas, no entanto, que elementos conseguem fazer ou dar a esta história alguma originalidade? Nenhum. Nada a transforma naquela história que cativa pela diferença em relação às demais. Ou, dizendo de outra forma, aquilo que a torna segura de si própria é a execução dos elementos já conhecidos com segurança e confiança que, há excepção de uma caracterização menos cuidada e credível (afinal qualquer um de nós com uma dentadura de Carnaval poderia tentar o mesmo), consegue recriar uma atmosfera digna do cinema de género bem como uma estrada que para lá de sombria consegue fazer as delícias do terror tal como ele planeia os destinos das suas vítimas.
Capaz, segura de si mesma e aparentemente sem grandes desejos de ser algo mais do que aquilo que as possibilidades do género apresentam, Terror Road faz as delícias dos amantes do género e deixa a porta aberta para a possibilidade de, de forma mais polida, conseguir sem um filme mais ou menos curto com o potencial e qualidade que lhe são devidas. Entretém... mas longe de provocar os calafrios que poderia ter provocado.
.
6 / 10
.
.

Sem comentários:

Enviar um comentário