Hellevate de Dusty Brown (EUA) é uma das curtas-metragens que abriu o primeiro dia de competição da décima edição do Buried Alive Film Festival a decorrer em Atlanta até ao próximo dia 16 de Novembro.
James (Dusty Brown) entra no elevador. O elevador pára. É precisa assistência técnica para o ajudar a sair.. Mas aqui reina a burocracia. Poderá ele sair daquele elevador?
Desde o primeiro momento que o espectador compreende onde vai parar a premissa principal deste filme... uma longa dor de cabeça para o protagonista que terá de passar provas hérculeas para conseguir sair daquele espaço pouco amistoso. Mas, a grande pergunta que o argumento da autoria do próprio realizador - e protagonista- levanta é... e se assistência ao cliente provar aquilo que realmente é... burocrata?!
Tal como em qualquer serviço de apoio ao cliente que qualquer um de nós conhecerá por experiência própria, Hellevate revela ser aquilo que o próprio título aparenta indicar... o inferno num elevador. De assistente em assistente... de burocracia em burocracia... o cliente deste elevador transforma-se muito rapidamente numa vítima anunciada da incompetência de um serviço que teima em manter os seus funcionários como exemplares no cumprimento de regras mas pouco eficazes na real assistência ao cliente em desespero. É, no entanto, quando se pede a assistência do supervisor que, finalmente, se revela não só a verdadeira dimensão do espaço como, sobretudo, quem poderá de facto prestar a tão desejada assistência... que depois pode não ser assim tão bem-vinda.
Interessante por todo o seu início que revela a burocracia para chegar ao local pretendido e como esta não é afinal exclusiva dos serviços públicos, bem como pela forma como se apresenta o serviço prestado por aquele elevador e até onde pode ele transportar um passageiro mais ou menos consciente do local em que está. No entanto, e à medida que se aproxima do seu final, Hellevate acaba por revelar cedo demais, ainda que a duração desta curta-metragem seja ela própria muito breve, os reais destinos de um tão inesperado elevador transformando-se este no elemento mais frágil de uma história que poderia ter muito mais para oferecer... no factor surpresa, na dinâmica desta viagem e, sobretudo, nos serviços de apoio ao consumidor que se revelam originais, inquietantes e mórbidos quanto baste. No entanto, permanece o aplauso ao seu realizador, argumentista, actor e produtor que carrega esta história - não original na medida em que a sua forma é já relativamente conhecida, mas refrescante pela sua execução -, dando-lhe um cunho pessoal interessante e simpático principalmente no domínio da comédia que se apodera da mesma pelo absurdo da situação.
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6 / 10
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