sexta-feira, 15 de novembro de 2019

D is for Demon (2019)

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D is for Demon de Stephen Stull (EUA) é mais uma das curtas-metragem presentes na décima edição do Buried Alive Film Festival a decorrer em Atlanta até amanhã e uma nova incursão no universo do abecedário da morte aqui com um especial interesse pela invocação de um demónio.
Ele (Jonthan C. Schelmety) e Ela (Dina Najjar) encontram-se num quarto de hotel. Preparam-se para uma noite de paixão quando, de repente Ela decide lembrá-lo de algo. Irá o sentimento de culpa prevalecer ou entregar-se-ão a uma noite de paixão?
Dedicando-se à tal mais ou menos esperada incursão no campo dos pecados capitais - a traição que origina a ira... a avareza... o orgulho... ou até mesmo a soberba - D is for Demon transforma-se rapidamente numa reflexão sobre os sentidos e a percepção nem sempre capaz de um casal (ou protótipo de...), cujos pecados dão corpo a uma punição inesperada quando as suas almas são reclamadas por uma entidade que, fazendo-se afirmar perante os mesmos, nunca dá aos protagonistas um completo "ar de sua graça".
Se "Ele" quer, para lá de um compromisso, uma "relação" que lhe confira certas "vantagens" matrimoniais onde o sexo venha acompanhado de uma "dona-de-casa", já "Ela" está apenas preocupada em manter viva a emoção do proibido e do momento deixando-se levar por aquilo que sabe que ele nunca lhe irá dar... o tal compromisso.
É quando ambos se distanciam, ainda que por momentos, do seu real propósito naquele quarto de hotel, que as manifestações sobrenaturais ocorrem com a malícia e tentação esperadas ao revelaram-se quanto baste para anunciarem a sua presença sem que, na realidade, se deixem ver em absoluto. A tentação provocada, esperada ou não pelos protagonistas, assume-se sobretudo pela violência de um desespero como resultado do ilegal e desse fruto proibido que ambos provaram e, como tal, a noite que prometia acabar com a satisfação do desejo... termina sim mas com a confirmação do pecado maior do qual ninguém poderá escapar... um pela morte... e o outro pela sua condenação num purgatório do qual jamais irá fugir.
Com uma dinâmica já conhecida e interpretações que não se destacam ou harmoniosamente co-habitam com o argumento proposto, D is for Demon prima pela premissa apresentada mas fragiliza na execução de uma história que poderia ser mais polida ou interpretada com maior empenho e desdém... Desdém esse para transformar as personagens não em elementos comuns de um qualquer dia-a-dia mas sim seres detestáveis que o espectador pudesse, de certa forma, perceber que o pecado cometido era intencional e não o fruto de uma culpa que se compreende mas que se deixa prolongar. Acessível na sua narrativa e de aceitação que não deixa grande margem à imaginação, esta curta-metragem tinha aquele tal potencial para se deixar levar por caminhos mais tenebrosos optando, por sua vez, por invocar o demónio sem que, na realidade, lhe permitisse que ele se revelasse em todo o seu... esplendor.
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5 / 10
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