
Quanto à primeira parte desta crítica, se há algo que em nada me incomoda no filme é o poder ser uma cópia mais ou menos barata do Tarantino. Também ele se inspirou, e inspira, em tantos mestres do cinema e em tantos géneros cinematográficos que seria por demais redutor considerar a sua obra uma cópia mais cara e mais elaborada de outros tantos filmes que já haviam sido feitos. Como tal no que a isto diz respeito considero o Arte de Roubar um interessante filme de entretenimento que distrai durante toda a sua duração e que consegue curiosamente entregar um ou dois momentos de comédia ligeira e despreocupada.
Surpreendi-me no entanto com o fraco aproveitamento dado à Soraia Chaves. Pensei que este filme fosse na onda do Call Girl e fosse explorá-la ao máximo mas afinal isso não aconteceu. E gostei da dupla de protagonistas composta pelo Ivo Canelas e pelo Enrique Arce. Funcionaram bem e conseguem entregar dois desempenhos agradáveis para o estilo de filme que é.
Também gostei do cenário alternativo em que o filme foi feito. Meio interior, bares obscuros... herdades de famílias ricas... foi interessante e o argumento bem aproveitado. Não se leia com isto brilhante, porque não o é, mas novamente digo, para o estilo de filme em questão acho que o trabalho foi bem conseguido.
Também gostei do cenário alternativo em que o filme foi feito. Meio interior, bares obscuros... herdades de famílias ricas... foi interessante e o argumento bem aproveitado. Não se leia com isto brilhante, porque não o é, mas novamente digo, para o estilo de filme em questão acho que o trabalho foi bem conseguido.
No entanto, e como nem tudo são rosas vermelhas, penso que o filme tem um defeito/erro/problema fundamental e esse passa pelo facto de ter sido filmado/falado em inglês. Não que isso por si constitua um problema pois não o é, mas considero que se tivesse sido feito em português e castelhano teria saído muito mais a ganhar e conseguiria juntar à sua já existente dinâmica uma credibilidade maior às personagens e para que nós, o público, conseguissemos simpatizar mais com elas. Penso que este factor conseguiu não o inverso mas, no entanto, não nos permitir criar alguma empatia pelas mesmas. Ao mesmo tempo este simples factor conseguiria aproximar não só o público português de um cinema mais comercial mas também o cinema português ao nosso vizinho espanhol. Chamem-me tolo mas...
Não há que ter medo de arriscar e acho que o Arte de Roubar conseguiu abrir uma porta a outras produções do género. Quem sabe com argumentos mais sólidos e consistentes e com desempenhos mais trabalhados (não colocando nenhum defeito aos presentes neste filme atenção), e de facto espero que o próximo (a haver) traga a novidade de ouvirmos os nossos actores a falarem em português e a trazer alguns dos nossos vizinhos de Espanha... pois que falem na sua maravilhosa língua que por cá lá a vamos entendendo até francamente bem. Aposto que com isto a possibilidade de um maior intercâmbio entre os actores de ambos países pode até vir um dia a ser frequente e muito proveitosa.
Vale a pena dar uma vista de olhos a este filme. Tenho a certeza que com uma mente bem aberta não o julgarão tão mau quanto aquilo que alguns por aí andaram a pintar.
Numa pequena nota marginal... Não acho exagerada a nomeação que o Ivo Canelas teve ao Globo de Ouro de Melhor Actor este ano. Pela inovação do tipo de filme acho que foi merecida no entanto não seria para a vitória.
6 / 10
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