Feitos e Ditos de Nasreddin II de Pierre-Marie Goulet é uma curta-metragem luso-francesa de ficção presente na Selecção Oficial - Em Competição da XXII edição do Caminhos do Cinema Português que decorre em Coimbra até ao próximo dia 26 de Novembro.
Estamos em tempos antigos não determinados. Nasreddin (Luís Rego), um homem de uma pacata aldeia, é confrontado com todo um conjunto de situações diárias que o levam a ter uma postura marcada sobre os mesmos. Mas, no entanto, o seu ponto de vista acaba por abalar e confundir as concepções ditas "naturais" de uma vida onde tudo acaba sempre por ter duas perspectivas distintas.
Da planície alentejana a uma aldeia no seu interior profundo em tempos assumidamente marcados por uma forte influência árabe e os seus contos de vida popular quotidiana, Feitos e Ditos de Nasreddin II é uma cuta-metragem fundamentada essencialmente através de um conjunto de cómicos de situação moralista muito ao estilo de uma sitcom como Os Malucos do Riso (1995) onde longe de uma qualquer trama mais elaborada, aquilo que o espectador aqui encontra são pequenos segmentos que vivem graças a ditos populares que (hoje) encontramos enraizados na nossa cultura e assumimos como "ensinamentos" do passado.
Distante de qualquer história ou narrativa fluída - menos ainda densa - o que o espectador observa é a vida (imaginada) de uma expressão ou pensamento popular que aqui é revisto pelo seu contra, ou seja, se um dito popular existe... teve a sua origem... e uma perspectiva não explorada que aqui é figurativamente representada como o "outro lado" de uma questão.
Com interpretações medianas e longe de encontrarem uma profundidade - tal como na sitcom já referida - Feitos e Ditos de Nasreddin II não consegue cativar o espectador nem tão pouco pela adaptação de época que aqui se pretende reter - a evidente influência moçárabe lusitana - remetendo-se única e exclusivamente para as certezas aqui (des)feitas de uma personagem que se assume inteligente demais para o seu tempo e, como tal, igualmente pouco apreciada por aqueles com quem, no tempo, se foi cruzando.
Com interpretações medianas e longe de encontrarem uma profundidade - tal como na sitcom já referida - Feitos e Ditos de Nasreddin II não consegue cativar o espectador nem tão pouco pela adaptação de época que aqui se pretende reter - a evidente influência moçárabe lusitana - remetendo-se única e exclusivamente para as certezas aqui (des)feitas de uma personagem que se assume inteligente demais para o seu tempo e, como tal, igualmente pouco apreciada por aqueles com quem, no tempo, se foi cruzando.
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