Tom de Filipa Ruiz é uma curta-metragem experimental portuguesa presente na Selecção Oficial - Em Competição da XXIIª edição dos Caminhos do Cinema Português que decorrem até ao próximo dia 26 de Novembro, em Coimbra.
Num breve minuto esta curta-metragem apresenta um homem deitado numa cama enquanto escutamos um relato sobre a vontade de ter filhos, a esterilidade no casal que culmina com uma sucessão de abortos (espontâneos) à qual se sucede o afastamento do casal.
Ainda que com intenções nobres e com o intuito de reflectir sobre uma relação marital, Tom não consegue, no seu brevíssimo minuto de duração, apresentar uma história suficientemente coerente que desperte - no espectador - a vontade de a seguir com toda a sua atenção. É um facto que este breve minuto não retira, ao mesmo, nenhum "tempo" mas, na prática, conseguirá cativar a atenção para que o espectador possa afirmar que esteve - de facto - a assistir um filme?!
Facilmente poderá um realizar afirmar que dirigiu um filme "experimental" mas, na sua definição, este é um que transgride regras e ultrapassa fronteiras expondo - a esse mesmo espectador - uma nova forma ou concepção de apresentar e contar uma história. Tom, com toda a boa vontade da realizadora que por aqui não se duvida que tenha existido, apresenta uma história que poderia seguramente ter sido exposta com maior segurança - e até mesmo sentido - se a dramatização tivesse seguido o caminho da ficção e exposto um momento na vida de um casal que não se remetesse a uma banalidade de um portento tratamento de fertilidade - tal a banalização...
Desinteressante e muito pouco concretizado na sua essência, Tom mais se assemelha a uma história não composta por falta de meios do que propriamente por se querer assumir como um trabalho experimental onde os limites são ultrapassáveis ficando, por aqui, como um mero apontamento que nunca se concretizou... de facto.
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