The Player de Carlos Guilherme Vogel é uma curta-metragem brasileira de ficção filmada em Praga, presente na competição do mês de Setembro do Shortcutz Rio de Janeiro que nos relata o breve e inesperado encontro entre Hans (Marek Zelinka), um homem inglês, e Brenda (Jana Trisková), uma americana de férias na capital checa.
Mas, e se este encontro não fosse tão inesperado como parece ser... e se a relação entre este casal tiver mais por detrás da brevidade do momento?
O realizador e também argumentista Carlos Guilherme Vogel recria uma interessante premissa onde o role play e a possibilidade de interpretar personagens ganha uma perspectiva extrema quando as personagens que aqui cria parecem querer - elas próprias - transformar a sua realidade num universo paralelo que define e distorce uma personalidade. Quem são realmente os nossos protagonistas senão as versões daquilo que os próprios querem enquanto indivíduos de um mundo anónimo, distante e pouco altruísta? Interessará ao "mundo" saber quem eles são ou, por sua vez, interessa aos próprios saber quem são aqueles que os rodeiam e que dinâmicas podem (re)criar com os mesmos possibilitando-lhes não conhecer o "outro" mas sim os diversos "eu" dentro dos próprios?
Na impossibilidade de ter uma resposta concreta sobre quem são estes dois indivíduos - aparentemente libertinos e pouco "responsáveis" -, o espectador entra numa dinâmica onde é perceptível que o melhor é acompanhá-los esperando - talvez o impossível - de saber quem eles realmente são. Hoje "Hans"... amanhã um outro qualquer nome que lhe possibilite uma aproximação a uma qualquer pessoa com quem espera desenvolver uma dinâmica mais ou menos próxima sem, no entanto, invadir o tal "eu" real - se existir - e expôr-se perante alguém com quem não aparenta querer qualquer criação de laços... ou talvez preencher um qualquer vazio que o espectador desconhece, The Player é, literalmente, um estudo sobre alguém que está desconectado do espaço e que com ele quer forçosamente criar uma empatia experimentando, pessoa a pessoa, aquela que lhe poderá trazer um nível superior de satisfação pessoal.
Quem é o "eu" sozinho no mundo... em que medida os outros relativizam (ou não) o papel do "eu" social e, mais importante, de que formam contribuem para que um relacionamento ou empatia se possa desenvolver e avançar quando o "eu" vive uma espécie de desconforto social ocultando - e até mesmo fugindo - da minha própria realidade?
Desconcertante - assumo que esperava que esta curta-metragem fosse bem mais longe no desenvolvimento das múltiplas personagens e personalidades de Marek Zelinka - e extremamente engenhoso, The Player questiona o espectador sobre o quão conhece de facto os verdadeiros "eu" daqueles com quem priva diariamente... sabendo que muito do que conhece pode ser parte de um boneco social criado para essa mesma interacção.
Mas, e se este encontro não fosse tão inesperado como parece ser... e se a relação entre este casal tiver mais por detrás da brevidade do momento?
O realizador e também argumentista Carlos Guilherme Vogel recria uma interessante premissa onde o role play e a possibilidade de interpretar personagens ganha uma perspectiva extrema quando as personagens que aqui cria parecem querer - elas próprias - transformar a sua realidade num universo paralelo que define e distorce uma personalidade. Quem são realmente os nossos protagonistas senão as versões daquilo que os próprios querem enquanto indivíduos de um mundo anónimo, distante e pouco altruísta? Interessará ao "mundo" saber quem eles são ou, por sua vez, interessa aos próprios saber quem são aqueles que os rodeiam e que dinâmicas podem (re)criar com os mesmos possibilitando-lhes não conhecer o "outro" mas sim os diversos "eu" dentro dos próprios?
Na impossibilidade de ter uma resposta concreta sobre quem são estes dois indivíduos - aparentemente libertinos e pouco "responsáveis" -, o espectador entra numa dinâmica onde é perceptível que o melhor é acompanhá-los esperando - talvez o impossível - de saber quem eles realmente são. Hoje "Hans"... amanhã um outro qualquer nome que lhe possibilite uma aproximação a uma qualquer pessoa com quem espera desenvolver uma dinâmica mais ou menos próxima sem, no entanto, invadir o tal "eu" real - se existir - e expôr-se perante alguém com quem não aparenta querer qualquer criação de laços... ou talvez preencher um qualquer vazio que o espectador desconhece, The Player é, literalmente, um estudo sobre alguém que está desconectado do espaço e que com ele quer forçosamente criar uma empatia experimentando, pessoa a pessoa, aquela que lhe poderá trazer um nível superior de satisfação pessoal.
Quem é o "eu" sozinho no mundo... em que medida os outros relativizam (ou não) o papel do "eu" social e, mais importante, de que formam contribuem para que um relacionamento ou empatia se possa desenvolver e avançar quando o "eu" vive uma espécie de desconforto social ocultando - e até mesmo fugindo - da minha própria realidade?
Desconcertante - assumo que esperava que esta curta-metragem fosse bem mais longe no desenvolvimento das múltiplas personagens e personalidades de Marek Zelinka - e extremamente engenhoso, The Player questiona o espectador sobre o quão conhece de facto os verdadeiros "eu" daqueles com quem priva diariamente... sabendo que muito do que conhece pode ser parte de um boneco social criado para essa mesma interacção.
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