terça-feira, 21 de julho de 2009

The Green Mile (1999)



À Espera de um Milagre realizado por Frank Darabont é um belíssimo filme sobre morte, esperança e os "fardos" que muitos têm de carregar uma vida inteira.

Logo à partida era um filme que me despertou a atenção considerando vários factores. Um deles o ter o realizador que já havia feito o magnífico Os Condenados de Shawshank. Em segundo lugar o ser a adaptação de uma obra de Stephen King. Finalmente ter como actor principal o brilhante Tom Hanks.

Tal como Os Condenados de Shawshank já me haviam surpreendido por não ser simplesmente um filme do género fantástico, com este acontece exactamente o mesmo revelando mais uma obra profundamente dramática e comovente.
O espaço é francamente confinado a uma prisão, mais concretamente ao corredor da morte. Pouco do filme se passa além dessas fronteiras se bem que uma das cenas mais dramáticas do mesmo é fora delas (soberbo momento entre Michael Clarke Duncan e Patricia Clarkson).

"Melinda Moores: I dreamed of you. I dreamed you were wandering in the dark, and so was I. We found each other. We found each other in the dark."

Um dos primeiros importantes factores a destacar neste filme é a sua luz. O trabalho de câmara está na minha opinião (que não passo de um leigo no assunto) muito bom. A imagem que nos passa inicialmente de um ambiente carregado e pesado em tons de amarelo e castanho, quase como uma fotografia antiga, para tons mais claros e vivos que nos querem mostrar um ambiente mais acolhedor... quase familiar.

As interpretações estão ao seu melhor nível... Todas elas, se bem que claro não nego que as de Michal Clarke Duncan (que foi inclusivé nomeado ao Oscar de Melhor Actor Secundário), Tom Hanks (que não foi, injustamente nomeado), Patricia Clarkson (que também deveria ter sido nomeada a Secundária), Michael Jeter, Sam Rockwell e Doug Hutchison. A intensidade dramática que todo o conjunto de actores deposita no filme é de facto muito boa fazendo com que todos os desempenhos se complementem entre si. Uns destacam-se mais, é um facto, mas estão todos ao mesmo grande nível.

A banda sonora, voltando à comparação com Os Condenados de Shawshank por serem ambos adaptados de obras de Stephen King e ambos realizados por Frank Darabont, esta está ao mesmo nível de qualidade. Uns acordes profundamente dramáticos e melodias emocionantes que compõem o trabalho dos próprios actores. Uma pena como também ela não teve a sua devida nomeação pois Thomas Newman elaborou cm mestria um dos mais importantes elementos deste filme.

Além de muitos outros factores que poderei ter esquecido ao comentá-lo, este filme retrata muito bem a carga bem pesada que a culpa nos pode deixar. As amarguras que ela nos pode trazer bem como o fardo que se pode carregar devido a esse sentimento.

Este filme é na minha opinião juntamente com Os Condenados de Shawshank e Shining uma das mais bem conseguidas adaptações de uma obra de Stephen King, e tal como este dois não se deve perder a oportunidade de o visionar.




"Paul Edgecomb: What do you want me to do John? You want me to let you run out of here, see how far you can get?


John Coffey: Why would you want to do such a foolish thing like that?


Paul Edgecomb: On the day of my judgment, when I stand before God, and He asks me why did I kill one of his true miracles, what am I gonna say? That is was my job? My job?"


10 / 10

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