quarta-feira, 8 de julho de 2009

Thelma & Louise (1991)

Thelma & Louise de Ridley Scott é antes de tudo mais um filme sobre amizade. Os riscos que por ela corremos, o que sacrificamos e a entrega que podemos dar a alguém que está junto de nós em todos os bons e maus momentos.
Geena "Thelma" Davis e Susan "Louise" Sarandon têm aqui desempenhos de uma vida, mais ainda no caso de Davis que teve aqui um dos seus últimos grandes papéis, e se considerarmos que este filme já é de 1991, podemos dizer que atravessa um longo, muito longo, período de seca cinematográfica. Aqui é brilhante no papel de uma dona de casa reprimida pelo seu marido e que aproveita a oportunidade de ter as férias da sua vida (que acabam de facto por o ser).
Já Susan Sarandon tem um, mais um, fantástico papel como a amiga que quer ir descontrarir de uma relação que parece não avançar. Estas seriam as férias que as mais iriam marcar.
O filme passa-se quase na sua maioria ao estilo de road-movie só que em vez de adolescentes à procura de sexo como estamos habituados a ver, temos uma viagem de duas mulheres à procura delas mesmas. Parece um cliché mas de facto é o que aqui se passa. Assim sendo, os cenários naturais que acompanham este filme são por vezes fenomenais e a acompanhá-los existe uma banda sonora muito intimista e muito pessoal onde pontua pela excelência "The Ballad Of Lucy Jordan" pela fantástica voz de Marianne Faithfull... para quem já viu decerto irá concordar comigo... para os que não viram acho que é um momento do filme que se deve reter.
Além das interpretações principais que já referi, destaco ainda a de Harvey Keitel que procura proteger o melhor que pode a integridade tanto de Davis como de Sarandon. Tem um bom papel... secundário... o "nice-guy" que faz falta aparecer na vida delas. Tanto Davis como Sarandon foram nomeadas a Oscar de Melhor Actriz por este filme, não tendo no entanto ganho o prémio. Não é isso que faz das suas interpretações menores, pois estão no seu máximo. Aliás... se uma tivesse ganho isso sim iria diferenciar a importância da interpretação da outra. Como tal ficaram em igualdade, tal como no filme. Há que destacar também o papel secundário mas bem importante para alguns acontecimentos do filme de Brad Pitt, naquele que seria o seu primeiro papel num filme de grande produção.
E o final deste filme... esse grande filnal... é daqueles que nos fica na memória. Arrisco dizer que é dos mais bem conseguidos em muito tempo. É libertador e confirma ainda aquilo que dizia no início do comentário em que falei de amizade. Para o melhor e para o pior foi a consagração de uma amizade e até que ponto estamos disposto a arriscar por ela. Os meus parabéns à grande realização de Ridley Scott.





"Thelma Dickerson: OK, then listen; let's not get caught.




Louise Sawyer: What're you talkin' about?




Thelma Dickerson: Let's keep goin'!




Louise Sawyer: What d'you mean?




Thelma Dickerson: ...Go.




Louise Sawyer: You sure?




Thelma Dickerson: Yeah."




10 / 10

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