quarta-feira, 29 de julho de 2009

To Die For (1995)

Disposta a Tudo (e foi) foi na minha opinião, o primeiro grande filme de Nicole Kidman. Porquê ? Tem de tudo. Desde o drama à comédia. Desde a sedução à vitimização. Morte, traição. Está perfeito. Quem o fez ? Gus Van Sant.
Quando vi o trailer sou honesto em dizer que não me impressionou muito. Foi um filme que tive curiosidade em ver apenas e só pelo nome da actriz principal e nada mais. Confesso ainda que quando o comecei a ver e em que as primeiras imagens eram ao estilo de relato/narração pensei que ia ser mais uma banhada que dali ia sair mas, considerando a actriz fui-me deixando levar para saber se ia parar ou não a meio. Não parei. O filme cresce de intensidade muito rapidamente e mal damos por nós estamos colados ao ecrã a deliciar-mo-nos com o que nos é dado.
Danny Elfman compôs uma banda sonora quase do estilo "oh estou aqui tão inocente e não faço mal a ninguém" que rapidamente nos surpreende com sonoridades de pura malvadez e de uma mente preparada para esquemas pouco ortodoxos. Está definitivamente perfeita para criar o ambiente certo do filme; negro... muito negro.
A história como já devem muitos saber é "simples"... um casamento e uma aparente vida feliz até que um dos conjuges decide que quer ter mais. Simplesmente um pouco de atenção. Alguém que nutra por si admiração. E para isso há que fazer sacrifícios. Quais ? TODOS! Literalmente todos.
A escolha da actriz para o filme foi brilhante e Nicole Kidman entrega-nos o seu primeiro grande papel em que não se encontra "encostada" a um parceiro sonante. O trabalho é todo seu e aquilo que ela nos entrega é a garantia de que está entre os melhores e disposta a riscos.
Joaquim Phoenix também tem os seus momentos... Na altura em que ele ainda arriscava fazer bons papéis e não aparições medianas na televisão, mas quem brilha de facto é Kidman que gahou inclusive o Globo de Melhor Actriz - Comédia / Musical e que aposto por pouco falhou a nomeação a Oscar de Melhor Actriz.
É um filme e um papel arriscado que Kidman soube encarnar na perfeição. É um dos meus preferidos de Gus Van Sant e é impossível não gostar de Suzanne Maretto. Especialmente depois de ver no que acaba toda a sua esperteza, e ainda por cima ao som de uma brilhante banda-sonora.
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Tal como a frase promocional no cartaz diz "All she wanted was a little attention" ? Oh no... She wanted ALL. E não se limitou a querer ter... Ela TEVE. É disso que trata o filme. Aquilo que queremos, o que estamos dispostos a fazer e qual a noção de limite que cada um de nós tem (para quem os tem). A não perder.

"Suzanne Stone Maretto: It's nice to live in a country where life, liberty... and all the rest of it still stand for something."



"Suzanne Stone Maretto: You're not anybody in America unless you're on TV. On TV is where we learn about who we really are. Because what's the point of doing anything worthwhile if nobody's watching? And if people are watching, it makes you a better person."

10 / 10

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