Neo Joe Pop de Daniel Pinheiro é uma curta-metragem experimental portuguesa presente na respectiva secção competitiva no QueerLisboa - Festival Internacional de Cinema Queer a decorrer no Cinema São Jorge, em Lisboa.
Com base no filme Flesh, de Paul Morrissey (1968) produzido por Andy Warhol, o realizador português estabelece uma relação entre o corpo e o imaginário de desejo que este desperta naqueles que o observam enquanto um modelo de beleza e de perfeição em constante análise e na consciencialização do mesmo e das suas formas.
Poucos são os objectos - encaremos aqui o corpo como um - Neo Joe Pop transforma-se assim num exercício que pretende analisar o físico como um elemento que ao longo dos séculos se manteve imutável estando, no entanto, numa constante mutação que passa desde um instrumento de trabalho, a um "objecto" de beleza retratado em desportos, na humanização de deuses e mitos ou simplesmente como um elemento de beleza, de desejo, de sexo e como tal, carnal, que provoca as mais inúmeras reacções e ânsias nos demais que o observam.
Interessante pela premissa com que se apresenta e com o potencial que tinha para poder desenvolver um guião que desse corpo e também algum desejo ao mesmo - aí residiria a sua alma - Neo Joe Pop acaba por mais não ser do que uma colagem de imagens que sugerem a idolatrização do corpo per si e do seu potencial enquanto objecto - ou máquina - que faz mover o mundo sem que, com o passar das eras, tenha sofrido qualquer mutação.
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