Contactos 2.0 de Bernardo Gomes de Almeida e Rodrigo Duvens Pinto é também uma das treze curtas-metragens seleccionadas para o Prémio MOTELx de Melhor Curta-Metragem de Terror desta oitava edição do Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa que terminou no passado dia 14 no Cinema São Jorge, em Lisboa.
Num mundo em que as novas tecnologias se apoderam cada vez mais das nossas actividades diárias, o que aconteceria se Jorge (Diogo Amaral), o pivot de um telejornal, tivesse um telemóvel no qual uma nova aplicação conseguisse fazer-nos livrar daqueles que o incomodam com os seus caprichos e más vontades?
É exactamente um programa destes que Jorge compra a Pipo (Rodrigo Saraiva), sem pensar nas consequências que o mesmo pode realmente transportar. Conseguirá ele próprio sobreviver a algo que parece modificar irremediavelmente os destinos de todos aqueles com quem se cruza?
Bernardo Gomes de Almeida escreve o argumento desta curta-metragem que obriga o espectador a uma interessante reflexão sobre o papel das novas tecnologias no dia-a-dia de cada um de nós que delas quase "dependemos". Seja um telemóvel ou um qualquer rede social, quão longe está realmente a verdade desta história onde à custa de um simples toque "eliminamos" da nossa vida (supostamente), aqueles que nos incomodam ou com quem atravessamos momentos menos positivos? Não o fizémos já todos em locais como essas mesmas redes sociais que tantos de nós pensam ser "a vida real"? Ou eliminar o contacto de um qualquer telemóvel como se ao apagar aquele número apagassemos também todo o tipo de contacto que possamos ter com a pessoa que o detém?
Ao mesmo tempo, e como um interessante twist final, Contactos 2.0 coloca também a sua personagem principal - e de certa forma o próprio espectador - na perspectiva daquele que é "eliminado". Quando aparenta ser tão simples e fácil retirar os outros da nossa vida, até que ponto pensamos realmente no quão fácil é sermos retirados da vida dos outros com esse tal "click"?
Finalmente, este argumento obriga-nos ainda a questionar o empobrecimento das relações inter-pessoais em favor daquelas que são virtuais (e muito pouco reais) questionando-se (nos) sobre o universo desumanizado em que vivemos de uma forma negra e repleta de suspense não sem antes deixar uma última e ímplicita questão sobre para onde caminharemos nessas mesmas relações.
Com uma direcção de fotografia da autoria de Hélio Costa que dá um toque sombrio a todos os pequenos recantos e tornando o ambiente e o espaço incerto, Contactos 2.0 tem ainda uma interessante música/tema original da autoria de Diogo Dias, e um elenco cheio de caras conhecidas como por exemplo Virgílio Castelo como o pouco tolerante produtor do noticiário e os já referidos Diogo Amaral e Rodrigo Saraiva que aqui assume uma cativante e pouco habitual interpretação no seu registo.
Bernardo Gomes de Almeida escreve o argumento desta curta-metragem que obriga o espectador a uma interessante reflexão sobre o papel das novas tecnologias no dia-a-dia de cada um de nós que delas quase "dependemos". Seja um telemóvel ou um qualquer rede social, quão longe está realmente a verdade desta história onde à custa de um simples toque "eliminamos" da nossa vida (supostamente), aqueles que nos incomodam ou com quem atravessamos momentos menos positivos? Não o fizémos já todos em locais como essas mesmas redes sociais que tantos de nós pensam ser "a vida real"? Ou eliminar o contacto de um qualquer telemóvel como se ao apagar aquele número apagassemos também todo o tipo de contacto que possamos ter com a pessoa que o detém?
Ao mesmo tempo, e como um interessante twist final, Contactos 2.0 coloca também a sua personagem principal - e de certa forma o próprio espectador - na perspectiva daquele que é "eliminado". Quando aparenta ser tão simples e fácil retirar os outros da nossa vida, até que ponto pensamos realmente no quão fácil é sermos retirados da vida dos outros com esse tal "click"?
Finalmente, este argumento obriga-nos ainda a questionar o empobrecimento das relações inter-pessoais em favor daquelas que são virtuais (e muito pouco reais) questionando-se (nos) sobre o universo desumanizado em que vivemos de uma forma negra e repleta de suspense não sem antes deixar uma última e ímplicita questão sobre para onde caminharemos nessas mesmas relações.
Com uma direcção de fotografia da autoria de Hélio Costa que dá um toque sombrio a todos os pequenos recantos e tornando o ambiente e o espaço incerto, Contactos 2.0 tem ainda uma interessante música/tema original da autoria de Diogo Dias, e um elenco cheio de caras conhecidas como por exemplo Virgílio Castelo como o pouco tolerante produtor do noticiário e os já referidos Diogo Amaral e Rodrigo Saraiva que aqui assume uma cativante e pouco habitual interpretação no seu registo.
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