Jongens de Mischa Kamp é uma longa-metragem holandesa que foi exibida no QueerLisboa - Festival Internacional de Cinema Queer a decorrer no Cinema São Jorge, em Lisboa.
Sieger (Gijs Blom) é um jovem de quinze anos desportista e que vive com o seu pai e irmão. A treinar para uma competição de atletismo Sieger forma equipa com Marc (Ko Zandvliet) por quem começa a sentir uma imediata atracção.
Aos poucos, e sempre com receio de ser descoberto, Sieger vive o seu drama pessoal ao sentir um conjunto de sentimentos até então desconhecidos ao mesmo tempo que os tenta esconder não só dos demais como principalmente de si próprio. Conseguirá este amor sobreviver com as sucessivas pressões que sente internamente e com a possível desintegração de uma família que aos poucos aparenta já não o ser?
Henk Burger, Jaap-Peter Enderle e Chris Westendorp assinam o argumento deste filme que relata a história dos diversos conflitos interiores e emocionais que "Sieger" experencia em tão jovem idade. Por um lado percebemos que este jovem vive num ambiente conturbado, não pela falta de amor mas sim pela perda recente da mãe num acidente do qual poucos detalhes temos, mas do qual se sente os efeitos desintegrantes da família que em tempos percebemos terem sido. Ambiente esse que vive dominado pelos constantes conflitos de um irmão mais velho rebelde e de um pai que os tenta proteger de todos aqueles perigos que pensa poderem sofrer, condicionando assim de alguma forma as suas liberdades e auto-descobertas, bem como até algumas aventuras típicas da sua idade.
É assim neste ambiente de excessiva protecção que "Sieger" se auto-condiciona na expressão dos seus sentimentos, e da sua individualidade, ou até mesmo daquelas conversas banais entre família e que tendem sempre a ter alguma "protecção" maternal - aqui ausente. O mesmo ambiente que irá testemunhar o despertar de uma atracção e amor que o próprio não conseguirá explicar nem tão pouco ignorar. Existe assim, por parte da sua personagem, de um certo condicionamento na medida em que avança e retrocede com medo das reacções daqueles que o conhecem nomeadamente o seu melhor amigo "Stef" e a família, a qual já denota "problemas" (aos seus olhos) de sobra.
É este forçado crescimento enquanto indivíduo que Jongens tenta, e consegue, desenvolver sem esquecer a óbvia relação entre "Sieger" e "Marc" que lutam por um amor espontâneo e inocente através de uma notável química existente entre Blom e Zandvliet cujos olhares transparecem uma franca cumplicidade na expressão das suas emoções.
Um (tele)filme simples, emotivo e com uma sentida história de amizade e amor, Jongens vence pela franqueza dos actos, da sua mensagem e expresso conflito interior que se dissipa com a confirmação de um sentimento puro e leal e pelo notável conjunto de interpretações protagonistas e secundárias que se complementam na sua união abordando não só a relação amorosa, como a afectiva, a sentimental e a força das verdadeiras amizades.
Um (tele)filme simples, emotivo e com uma sentida história de amizade e amor, Jongens vence pela franqueza dos actos, da sua mensagem e expresso conflito interior que se dissipa com a confirmação de um sentimento puro e leal e pelo notável conjunto de interpretações protagonistas e secundárias que se complementam na sua união abordando não só a relação amorosa, como a afectiva, a sentimental e a força das verdadeiras amizades.
.
.
8 / 10
.
Sem comentários:
Enviar um comentário