Almost Human de Joe Begos é um dos primeiros filmes a ser exibido na oitava edição do MOTELx - Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa que decorre este ano mais uma vez no Cinema São Jorge assim como no Teatro Tivoli BBVA e no Palácio Foz.
Patten, no Maine, aparenta ser uma localidade pacífica e perdida no espaço e no tempo. Numa noite Seth (Graham Skipper) chega em pânico a casa do seu amigo Mark (Josh Ethier). Um terceiro amigo desaparecido adensa a trama quando se revela que "eles" o levaram. É no seio de uma conversa suspeita que estranhos barulhos e luzes começam a chegar do exterior daquela casa perdida no meio do nada.
Pensando que se trata de alguma brincadeira de mau gosto, Mark sai de casa apenas para se ver no seio de uma daquelas misteriosas luzes que o fazem desaparecer. Dois anos depois... Mark regressa.
Begos, que não só realizou como escreveu o argumento de Almost Human, apresenta o seu filme como "baseado em factos reais". Independentemente de real ou não, aquilo que é certo é que este seu filme é algo muito próximo a The Body Snatcher (1945), ao seu remake Body Snatchers (1993) ou a The Invasion (2007), ou pelo menos todas as referências estão lá quase como se de um decalque se tratasse que nem muito cuidado em originalidade se preocupou em ter. Aproveitando alguns fenómenos climatéricos - ou simplesmente aqueles que realmente ninguém consegue explicar - Almost Human circula por todo o imaginário do rapto alienigena e na curiosidade sobre o "se ele voltar continuará a ser a mesma pessoa?". Assim, e recorrendo à sugestão, à teoria da conspiração, e no fundo à possibilidade de qualquer um ser infectado e como tal impossível de ser de confiança, Begos consegue a seu tempo criar uma história que se apresenta bem estruturada - apesar de já "vista" - e tornar o espectador interessado no desfecho daquelas personagens que se percebem terem sido afectadas pela perda de alguém que lhes era próximo e, tal como o local onde habitam, terem parado no tempo e na incerteza.
No entanto, todas estas premissas e boa-vontade terminam quando Almost Human se pretende levar sério demais e viver naquela dinâmica do "não estamos sós e vamos ser todos substituídos por alguém que não conseguimos combater" instalando uma dinâmica quase paranóica e uma sucessão de eventos que por muito se tente não se controlam adivinhando facilmente o resultado das acções individuais e o destino dos nossos protagonistas.
Na prática, e no final, o que temos? Esqueçamos por momentos os factos reais (sejam eles quais forem) e pensemos apenas em Almost Human como uma história ficcionada: a sua premissa já está explorada, talvez até em demasia e no fundo todos nós sabemos como isto irá terminar - talvez - sendo que o único aspecto interessante que consegue ficar bem elaborado é um certo cuidado em recriar o ambiente dos filmes de terror dos idos anos 80 que podemos detectar através de pequenos elementos nomeadamente as portas misteriosamente abertas ou uma certa sensação transmitida pelas personagens onde se percebe que não estão sós sem, no entanto, nunca nada ser revelado até ao momento final. E não esqueçamos aquela televisão que aparece ligada do nada e que serve de "localizador" para aqueles que se pretendem surpreender.
No entanto... não chega. A tal revelação chega de forma inesperada mas assumidamente risível e se algum de nós pensou em certa altura que estamos perante uma história verdadeira... bom... se o é, quem sobrevive realmente para contar o que experienciou?! Isto presumindo que morrem todos...
Longe de ser original, de conter interpretações dignas de destaque ou até mesmo de criar algum humor com as referências que utiliza para homenagear o género, no final Almost Human é apenas uma boa ideia e tentativa de Begos em lançar-se nas aventuras das longas-metragens e revelar assim ao espectador que foi um bom aluno dos clássicos do género. No entanto, não será por aqui que será recordado.
.Patten, no Maine, aparenta ser uma localidade pacífica e perdida no espaço e no tempo. Numa noite Seth (Graham Skipper) chega em pânico a casa do seu amigo Mark (Josh Ethier). Um terceiro amigo desaparecido adensa a trama quando se revela que "eles" o levaram. É no seio de uma conversa suspeita que estranhos barulhos e luzes começam a chegar do exterior daquela casa perdida no meio do nada.
Pensando que se trata de alguma brincadeira de mau gosto, Mark sai de casa apenas para se ver no seio de uma daquelas misteriosas luzes que o fazem desaparecer. Dois anos depois... Mark regressa.
Begos, que não só realizou como escreveu o argumento de Almost Human, apresenta o seu filme como "baseado em factos reais". Independentemente de real ou não, aquilo que é certo é que este seu filme é algo muito próximo a The Body Snatcher (1945), ao seu remake Body Snatchers (1993) ou a The Invasion (2007), ou pelo menos todas as referências estão lá quase como se de um decalque se tratasse que nem muito cuidado em originalidade se preocupou em ter. Aproveitando alguns fenómenos climatéricos - ou simplesmente aqueles que realmente ninguém consegue explicar - Almost Human circula por todo o imaginário do rapto alienigena e na curiosidade sobre o "se ele voltar continuará a ser a mesma pessoa?". Assim, e recorrendo à sugestão, à teoria da conspiração, e no fundo à possibilidade de qualquer um ser infectado e como tal impossível de ser de confiança, Begos consegue a seu tempo criar uma história que se apresenta bem estruturada - apesar de já "vista" - e tornar o espectador interessado no desfecho daquelas personagens que se percebem terem sido afectadas pela perda de alguém que lhes era próximo e, tal como o local onde habitam, terem parado no tempo e na incerteza.
No entanto, todas estas premissas e boa-vontade terminam quando Almost Human se pretende levar sério demais e viver naquela dinâmica do "não estamos sós e vamos ser todos substituídos por alguém que não conseguimos combater" instalando uma dinâmica quase paranóica e uma sucessão de eventos que por muito se tente não se controlam adivinhando facilmente o resultado das acções individuais e o destino dos nossos protagonistas.
Na prática, e no final, o que temos? Esqueçamos por momentos os factos reais (sejam eles quais forem) e pensemos apenas em Almost Human como uma história ficcionada: a sua premissa já está explorada, talvez até em demasia e no fundo todos nós sabemos como isto irá terminar - talvez - sendo que o único aspecto interessante que consegue ficar bem elaborado é um certo cuidado em recriar o ambiente dos filmes de terror dos idos anos 80 que podemos detectar através de pequenos elementos nomeadamente as portas misteriosamente abertas ou uma certa sensação transmitida pelas personagens onde se percebe que não estão sós sem, no entanto, nunca nada ser revelado até ao momento final. E não esqueçamos aquela televisão que aparece ligada do nada e que serve de "localizador" para aqueles que se pretendem surpreender.
No entanto... não chega. A tal revelação chega de forma inesperada mas assumidamente risível e se algum de nós pensou em certa altura que estamos perante uma história verdadeira... bom... se o é, quem sobrevive realmente para contar o que experienciou?! Isto presumindo que morrem todos...
Longe de ser original, de conter interpretações dignas de destaque ou até mesmo de criar algum humor com as referências que utiliza para homenagear o género, no final Almost Human é apenas uma boa ideia e tentativa de Begos em lançar-se nas aventuras das longas-metragens e revelar assim ao espectador que foi um bom aluno dos clássicos do género. No entanto, não será por aqui que será recordado.
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