All Cheerleaders Die de Lucky McKee e Chris Sivertson foi mais uma das longas-metragens que passaram pela secção Serviço de Quarto do MOTELx - Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa a decorrer no Cinema São Jorge.
Maddy (Caitlin Stasey) é uma jovem universitária que dirige um documentário no liceu sobre os estudantes ditos "famosos" entre os quais se destacam naturalmente as temidas cheerleaders. No decorrer desta missão simpatiza com Alexis (Felisha Cooper) a líder das referidas cheerleaders que durante um ensaio que corre mal acaba por morrer.
Depois do trauma - muito repentino - que a morte provoca nos demais colegas e "amigos", Maddy torna-se numa das cheerleaders mas com os seus próprios e perversos propósitos. No entanto, o que irá acontecer quando as circunstâncias tendem a repetir-se e o grupo de resistentes cheerleaders tem o seu próprio encontro com a morte... e com a vida?!
All Cheerleaders Die teve a sua origem na curta-metragem homónima tentando aqui desenvolver um pouco mais as fúteis personalidades das suas personagens principais numa mescla de filme teen com o universo zombie. Assim graças ao argumento de McKee e Sivertson, o espectador é levado numa viagem que durante a primeira metade deste filme nos apresenta o típico filme de liceu onde cada aluno está mais preocupado em enfernizar a vida do próximo do que propriamente estudar sendo que na sua outra metade assistimos a uma vingança quase sem limites - mas sempre muito apalhaçada - das vítimas sobre os opressores.
No entanto, aquilo que talvez de melhor se consiga retirar deste género de filme - e deste muito em particular pois tudo roça o muito fraco - é que para conseguir existir uma vingança a vítima tem de, obrigatoriamente, tornar-se tão má e desprezível como aqueles que a torturaram inicialmente. Dito isto, e depois de um conjunto de transformação em vida, "Maddy" (a eterna vítima) torna-se num ser tão implacável como aqueles de quem se quis vingar para apenas após a morte conseguir delinear-se como uma justiceira zombie (mas ainda assim com um aspecto decente), com quem ninguém se quer cruzar.
As personagens - tão ou mais bizarras do que a história em si - correspondem aos tradicionais estereótipos que o cinema teen tão facilmente desenvolve e apresenta: a vítima inteligente e a sua namorada bruxa, as cheerleaders que se consideram deusas na Terra mas que são tão caridosas ao ponto de ter uma "croma" no seu seio - talvez pelo seu lado filantropo - e os atletas que se comportam como guerreiros do Olimpo e modelos da Calvin Klein em part-time mas todos eles, sem excepção possível - nem mesmo a inteligente -, conseguem ter um comportamento dito normal ou sequer evidenciar qualquer prova dessa remota massa cinzenta. Personagens vãs, insípidas e que única e exclusivamente recorrem as estereótipos e chavões típicos do género, a história só lhe podia fazer justiça e, também ela, remeter-se ao segmento de "argumentos sem história possível mas ao qual vamos tentar dar um look sério para parecer que pensámos muito nisto".
O cúmulo chega quando se tenta num argumento sobre cheerleaders zombie, relevar a história para uma índole mais sentimental e transformar um improvável par romântico com uma fuga ainda mais romântica - as duas cheerleaders de mota - obrigando o espectador a gargalhar da desgraça a que está a assistir e desejar que o final - do filme e de todos os intervenientes - chegue muito rapidamente. Eis quando aparece a surpresa no final com um revelador "Part One".
Insípido, frouxo, fraco, oco e sem graça, All Cheerleaders Die diverte-nos durante breves minutos - extremamente breves - fazendo-nos penar por saber que a sequela se avizinha e que os mortos continuarão a caminhar pela Terra, algo que já tinhamos percebido nos instantes iniciais deste filme que acabamos por "amar" de tanto odiar.
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