quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Onde a Estrada Acaba (2012)

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Onde a Estrada Acaba de Rui Dias é um documentário em formato de curta-metragem português que poderia ser muito facilmente, um interessante hino à importância da Natureza face ao passar das pessoas e, principalmente, do tempo.
Uma árvore no horizonte. Todos a observam ao longe como um ser omnipresente e superior. Um ser imutável perante a passagem do tempo e que tudo viu e testemunhou silenciosamente.
Esta árvore marca o local. É um centro. Um ponto de referência. Todos têm um acesso visual ao seu espaço e a passagem do tempo parece não ter ali chegado, embora seja testemunhado. A paisagem, também ela imutável, é marcada pela tal estrada que acaba como que um ponto onde todos os caminhos vão (in)voluntariamente dar. Todos os habitantes a recordam e sabem que a sua existência os data depositando nela uma invulgar atenção que apenas pode ser equipara a um ponto cardeal... na Terra.
É sob esta perspectiva da eternidade da Árvore - símbolo máximo da Natureza - que se marca a importância de Onde a Estrada Acaba como um potencial portento enquanto filme/documentário sobre o ambientalismo. Num espaço imutável ao passar do tempo em que a Árvore é a sua personagem principal, este documentário transforma-se (in)conscientemente numa ode ao meio ambiente, à sua importância e à não pensada característica enquanto uma testemunha do mundo, das suas transformações e das suas gentes - estas - que a recordam como um elemento constante nas suas existências.
Com uma direcção musical de Augusto Corrente e a sempre exímia direcção de fotografia de Jorge Quintela, Onde a Estrada Acaba necessitaria de uma maior exploração desta vertente ambiental sendo, ainda assim, um interessante marco que coloca não um habitante ou um acontecimento no centro da sua acção mas sim a já referida Árvore como a testemunha singular de um tempo sem fim.
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6 / 10
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