Life After Beth de Jeff Baena foi a longa-metragem escolhida para a cerimónia de abertura da oitava edição do MOTELx - Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa a decorrer em várias salas da capital até ao próximo dia 14.
Depois da repentina morte de Beth (Aubrey Plaza), o seu namorado Zach (Dane DeHaan) fica devastado. Apesar de ninguém saber que a sua relação estava aparentemente num momento menos positivo, Zach atravessa os dias num desgosto latente ao mesmo tempo que repara em estranhos pequenos acontecimentos que vão ocorrendo à sua volta.
No dia em que os pais de Beth deixam de lhe abrir a porta, Zach começa a espiá-los para descobrir que afinal nada é como ele aparentemente pensava e que o mundo está numa rápida e assustadora transformação.
Esta simpática longa-metragem que dá assim "início" a um dos mais interessantes festivais de cinema de Lisboa cumpre a tradição de uma comédia romântica mas que tem, de certa forma, alguns elementos que a distanciam do referido género. Se por um lado temos aqui a tradicional história de amor onde o casal protagonista encontra um rumo a dar à sua relação que parecia terminada muito antes da morte de um deles, não é menos verdade que é esta semi-morte que lhes dá o ânimo para a sua continuidade ainda que, na prática, mais não seja do que um veículo para o seu verdadeiro término.
O principal desses novos elementos é a reflexão que obriga o espectador a fazer sobre a verdadeira importância do amor e da relação entre duas pessoas quando todo o mundo aparenta estar a desabar e o mesmo vai "sobrevivendo" (de certa forma) nesse mesmo contexto, mostrando que há sempre alguém disposto a lutar por aquele que sente verdadeiro e único independentemente das condições em que um dos intervenientes se encontra e como se apresenta no seio dessa mesma relação. Que se esqueçam as adversidades quando aquela que se assume como sendo a principal - a morte - não consegue destruir um sentimento tão forte como aquele que "Zach" sente por "Beth", Mesmo quando esta última se demonstra bem mais assustadora e perigosa do que aquilo que ele alguma vez pudesse imaginar.
Um segundo e interessente elemento de Life After Beth é o facto do seu argumento, também da autoria de Baena, conseguir remeter a própria dinâmica de apocalipse zombie para um segundo plano concentrando-se quase desde o primeiro instante nessa mesma relação que é, na prática, o motor de todo o filme e da relação entre as suas personagens.
Finalmente, e talvez como consequência do ponto anterior, encontramos um conjunto de zombies que, num apocalipse por si provocado, não são aquele tradicional ser que persegue os vivos em busca de alimento mas sim alguém que (re)aparece no seu espaço para aí tentar conviver com quem por lá se encontra sendo que possuem características algo diferentes daquilo que tinham enquanto vivos, nomeadamente uma força sobre-humana.
Interessante enquanto comédia e simpática por um ambiente geral que se tem cool desde o primeiro instante, Life After Beth não consegue ser aquele grande filme do género que fica para a memória não deixando de, no entanto, ser um filme bem disposto e com personagens muito peculiares que nem sempre conseguimos encontrar nas histórias do género sendo que ao mesmo tempo entrega uma divertida e bem composta "Beth" encarnada de forma inspirada por Aubrey Plaza e um quase neurótico "Zach" a cargo de um simpático e desesperado Dane DeHaan, no momento em que percebe que o seu mundo está longe de ser aquilo que em tempo shavia conhecido.
.No dia em que os pais de Beth deixam de lhe abrir a porta, Zach começa a espiá-los para descobrir que afinal nada é como ele aparentemente pensava e que o mundo está numa rápida e assustadora transformação.
Esta simpática longa-metragem que dá assim "início" a um dos mais interessantes festivais de cinema de Lisboa cumpre a tradição de uma comédia romântica mas que tem, de certa forma, alguns elementos que a distanciam do referido género. Se por um lado temos aqui a tradicional história de amor onde o casal protagonista encontra um rumo a dar à sua relação que parecia terminada muito antes da morte de um deles, não é menos verdade que é esta semi-morte que lhes dá o ânimo para a sua continuidade ainda que, na prática, mais não seja do que um veículo para o seu verdadeiro término.
O principal desses novos elementos é a reflexão que obriga o espectador a fazer sobre a verdadeira importância do amor e da relação entre duas pessoas quando todo o mundo aparenta estar a desabar e o mesmo vai "sobrevivendo" (de certa forma) nesse mesmo contexto, mostrando que há sempre alguém disposto a lutar por aquele que sente verdadeiro e único independentemente das condições em que um dos intervenientes se encontra e como se apresenta no seio dessa mesma relação. Que se esqueçam as adversidades quando aquela que se assume como sendo a principal - a morte - não consegue destruir um sentimento tão forte como aquele que "Zach" sente por "Beth", Mesmo quando esta última se demonstra bem mais assustadora e perigosa do que aquilo que ele alguma vez pudesse imaginar.
Um segundo e interessente elemento de Life After Beth é o facto do seu argumento, também da autoria de Baena, conseguir remeter a própria dinâmica de apocalipse zombie para um segundo plano concentrando-se quase desde o primeiro instante nessa mesma relação que é, na prática, o motor de todo o filme e da relação entre as suas personagens.
Finalmente, e talvez como consequência do ponto anterior, encontramos um conjunto de zombies que, num apocalipse por si provocado, não são aquele tradicional ser que persegue os vivos em busca de alimento mas sim alguém que (re)aparece no seu espaço para aí tentar conviver com quem por lá se encontra sendo que possuem características algo diferentes daquilo que tinham enquanto vivos, nomeadamente uma força sobre-humana.
Interessante enquanto comédia e simpática por um ambiente geral que se tem cool desde o primeiro instante, Life After Beth não consegue ser aquele grande filme do género que fica para a memória não deixando de, no entanto, ser um filme bem disposto e com personagens muito peculiares que nem sempre conseguimos encontrar nas histórias do género sendo que ao mesmo tempo entrega uma divertida e bem composta "Beth" encarnada de forma inspirada por Aubrey Plaza e um quase neurótico "Zach" a cargo de um simpático e desesperado Dane DeHaan, no momento em que percebe que o seu mundo está longe de ser aquilo que em tempo shavia conhecido.
6 / 10
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