I Love Hooligans de Jan-Dirk Bouw é uma curta-metragem de animação belga-holandesa presente na secção competitiva de curtas-metragens do QueerLisboa - Festival Internacional de Cinema Queer a decorrer no Cinema São Jorge e que possivelmente constituiu a maior surpresa do dia devido à sua temática e à forma como esta é abordada.
Nesta curta-metragem cujo argumento é também da autoria de Bouw, o espectador explora através de uma fantástica animação, o universo do holliganismo. Desde os rituais diários que passam pela droga e pelo alcoól até um fanatismo quase cego a favor de um clube desportivo e da sua consequente glorificação.
No entanto, o que acontece quando um desses mesmos hooligans leva uma vida dupla onde em público é um fervoroso fanático pelo seu clube de futebol e em privado alguém que sofre com a solidão, com a falta de segurança e amor e por ter de aparentar um carácter rude para esconder a sua (homos)sexualidade.
Jan-Dirk Bouw wxplora assim um mundo de aparências, de inuendos e de jogos sociais que funcionam apenas para bem das aparências e de um status de grupo que poderia ser danificado caso a verdade sobre os sentimentos deste indivíduo fossem revelados para o mundo. Sentimentos esses que são assim sacrificados colocando de lado toda a sua integridade emocional e afectiva que o transformam não num pária social mas num ser só e solitário que apenas anseia aquilo que a sua vida dita pública não lhe permitem ter. Em nome de um tem de sacrificar o outro e para se sentir completo tem (terá!) de abdicar de uma das suas grandes paixões ou, segundo ele, ser o alvo de uma ostracização imediata.
Bouw recria esta história baseada em factos reais de uma forma pertinente e muito inteligente na qual recorre ao uso da animação - mais ou menos violenta tanto na mensagem como nas palavras - suavizando a temática que é, essencialmente, forte, mordaz e suficientemente preocupante se pensarmos num indivíduo e numa vida não completos e que são, na prática, o fruto de uma socialização nunca completa.
No final o espectador questiona-se qual o ponto que determina que as acções praticadas em nome desse tal bem-estar social são justificadas principalmente quando se coloca em risco o bem-estar psicológico e emocional de um indivíduo que tudo faz para ser feliz mas que na prática definha a cada dia que passa por se sentir obrigado a esconder - e não viver - uma parte significativa da sua vida.
Nesta curta-metragem cujo argumento é também da autoria de Bouw, o espectador explora através de uma fantástica animação, o universo do holliganismo. Desde os rituais diários que passam pela droga e pelo alcoól até um fanatismo quase cego a favor de um clube desportivo e da sua consequente glorificação.
No entanto, o que acontece quando um desses mesmos hooligans leva uma vida dupla onde em público é um fervoroso fanático pelo seu clube de futebol e em privado alguém que sofre com a solidão, com a falta de segurança e amor e por ter de aparentar um carácter rude para esconder a sua (homos)sexualidade.
Jan-Dirk Bouw wxplora assim um mundo de aparências, de inuendos e de jogos sociais que funcionam apenas para bem das aparências e de um status de grupo que poderia ser danificado caso a verdade sobre os sentimentos deste indivíduo fossem revelados para o mundo. Sentimentos esses que são assim sacrificados colocando de lado toda a sua integridade emocional e afectiva que o transformam não num pária social mas num ser só e solitário que apenas anseia aquilo que a sua vida dita pública não lhe permitem ter. Em nome de um tem de sacrificar o outro e para se sentir completo tem (terá!) de abdicar de uma das suas grandes paixões ou, segundo ele, ser o alvo de uma ostracização imediata.
Bouw recria esta história baseada em factos reais de uma forma pertinente e muito inteligente na qual recorre ao uso da animação - mais ou menos violenta tanto na mensagem como nas palavras - suavizando a temática que é, essencialmente, forte, mordaz e suficientemente preocupante se pensarmos num indivíduo e numa vida não completos e que são, na prática, o fruto de uma socialização nunca completa.
No final o espectador questiona-se qual o ponto que determina que as acções praticadas em nome desse tal bem-estar social são justificadas principalmente quando se coloca em risco o bem-estar psicológico e emocional de um indivíduo que tudo faz para ser feliz mas que na prática definha a cada dia que passa por se sentir obrigado a esconder - e não viver - uma parte significativa da sua vida.
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