Jewels de Sandro Aguilar é uma curta-metragem portuguesa e assumidamente um dos trabalhos mais bizarros a que assisti nos últimos tempos.
Neste mais recente trabalho de Aguilar, o espectador assiste a um conjunto de insectos em diapausa enquanto escuta uma voz monocórdica e quase hipnótica que reflecte sobre um eventual amor perdido.
Talvez no que se possa apelidar de uma "comparação" entre os dois estados - insecto versus Homem - Jewels tenta que o espectador execute uma reflexão sobre o estado daqueles insectos preservados de um mundo exterior - logo imóveis no espaço e no tempo - ao amor de um humano que se tenta, também ele, preservado num espaço-tempo incerto protegido de uma ausência não justificada.
Longe de um filme de ficção ou mesmo documental, Jewels é um exercício experimental de uma tentada reflexão sobre o amor (?) que imóvel num tempo desconhecido se relembra - e pensa - como algo que mais não é que uma memória perdida.
Provavelmente também um exercício filosófico sobre o tempo, o espaço e a preservação que se encontra no centro de ambos, Jewels é eventualmente o filme mais off de Aguilar e aquele com um "consumo" mais difícil de digerir deixando, no entanto, uma positiva ressalva à direcção de fotografia de um sempre competente Rui Xavier.
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2 / 10
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