Gran Torino de Clint Eastwood é apesar da temática apresentada um dos filmes mais pacíficos do realizador que nos habituou a grandes conflitos quer físicos quer psicológicos.
Aqui Walt, a personagem interpretada pelo próprio Eastwood, é um homem solitário que simplesmente despreza tudo e todos o que o rodeiam. Nem vizinhos, nem família quer ele por perto, e para todos tem um comentário depreciativo ou rácico. A verdadeira solidão no meio de tantos.
No entanto, após uma tentativa frustrada de assalto por parte de um dos seus odiados vizinhos, Walt inicia uma reservada relação com o próprio assaltante. Cliché à parte, e não falando de uma amizade dita normal considerando que os seus vizinhos são asiáticos. Mas o à partida improvável acontece de facto e a tensa relação sentida entre ambos começa aos poucos a dissipar-se para se tornar natural.
É um típico filme que retrata muito da sociedade norte-americana, e não só, onde os conflitos de gerações e raciais estão cada vez mais presentes e constantes. Mas como em tudo, é no meio da adversidade que nasce o respeito, a admiração e por vezes a dignidade.
Não sendo na minha opinião o filme mais brilhante de Eastwood, ou sequer aquele em que entrega o seu melhor desempenho dramático (não me esqueço do que ele fez pelo Million Dolar Baby), este Gran Torino não deixa de ser um sentido, e em muitos momentos cómico, filme sobre as reacções humanas e sobre as relações (ou emoções) que se desenvolvem entre os indivíduos.
É um agradável filme para se ver e "apenas" mais uma prova que Eastwood ainda vai estando para as (largas) curvas.
"Walt Kowalski: Ever notice how you come across somebody once in a while you shouldn't have fucked with? That's me."
8 / 10
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