terça-feira, 1 de dezembro de 2009

La Sconosciuta (2006)

A Desconhecida de Giuseppe Tornatore é mais uma fantástica e agradável obra do cineaste italiano que sobe a fasquia a cada filme que faz. Mais um dos MUITO bons.
Um drama muito ao estilo do film noir em que se cruza uma história de amor interrompida, a prostituíção e as mafias que desviam as vidas de inúmeras mulheres, uma história de procura de redenção e especialmente a procura de laços perdidos durante anos.
Tornatore brinda-nos com a história de Irena, uma mulher que acabamos por descobrir ter sido prostituta e alvo de sodomização aos mãos de um homem que sempre a desejou ao mesmo tempo que a própria vive uma história de amor da qual resulta o nascimento de uma filha. Após esta ter sido levada dos seus braços Irena tem como missão livrar-se do homem que a obriga a prostituir e partir em busca da sua filha. Irá conseguir encontrá-la? Isso fica para quem tiver o interesse de ver este magnífico filme.
Irena é aqui interpretada pela actriz russa Kseniya Rappoport numa interpretação que lhe valeu o Donatello de Melhor Actriz em Itália numa sentida e forte interpretação dramática, comum nos filmes de Tornatore, e que nos demonstra a força que a esperança e a vontade de vingança podem dar a um indivíduo.
Rappoport está brilhantemente secundada por magníficos actores italianos nomeadamente Michele Placido num papel que se encontra no extremo oposto dos seus dias d'O Polvo e com um magnífico trabalho de caracterização num papel frio e bruto. Temos também as contidas mas extremamente tensas interpretações de Claudia Gerini (gosto, gosto, GOSTO) e de Pierfrancesco Favino (seria ele que espreitava quando Kseniya se encontrava vulnerável à espera da aprovação?), e também não podendo esquecer a interpretação de Piera Degli Esposti grande como sempre.
A banda-sonora não podia estar mais bem entregue ao já habitual parceiro de Tornatore, o grande mestre Ennio Morricone que aqui nos presenteia com uma banda-sonora sombria e negra bem ao estilo do filme, conseguindo criar momento de grande tensão.
O argumento, também como já vem sendo o hábito, é escrito pelo próprio Giuseppe Tornatore, o que confirma uma vez mais que este homem é de facto grande e deixa sempre vontade de ver o próximo filme.
Como uma nota final só me resta dizer que de facto estou rendido ao cinema italiano. Não vejo um que me desiluda e confirmo a qualidade (com ou sem problemas, com mais ou menos dinheiro) do cinema vindo da Península Transalpina. Venham mais!!!


10 / 10

CinEuphoria Prémios'09 VOTAR AQUI

Sem comentários:

Enviar um comentário