Sacanas Sem Lei é o mais recente filme de Quentin Tarantino. E que filme. Com um elenco recheado de pesos pesados, entre os quais Brad Pitt, Diane Kruger, Mélanie Laurent, Eli Roth e Christoph Waltz.
A história... França durante a época da ocupação nazi e do regime de Vichy e a consequente perseguição à população judia. Como retaliação é constituída uma pequena melícia de mercenários americanos e judeus que irão caçar nazis na França ocupada. O resultado só mesmo vendo, mas considerando que estamos a falar do fantástico imaginário de Quentin Tarantino escusado seria dizer que estamos perante um espectacular filme não só de acção como também de drama e recheado dos mais fantásticos e sarcásticos diálogos em cinema também da autoria do próprio realizador.
Após o aparecimento do novo coronel nazi Hans Landa (brilhantemente desempenhado por Christoph Waltz que até à data tem arrebatado todos os prémios da crítica de Actor Secundário e também o prémio de interpretação em Cannes no início deste ano), para a descoberta dos últimos judeus escondidos e a consequente morte de toda a família de Shosanna (Mélanie Laurent), que escapa e adopta uma nova identidade em Paris, chegam também ao território os Basterds encarregues de dar caça a todos os nazis que cruzem o seu caminho. Pelo meio vamos tendo as normais enormes sequências de diálogos bem elaborados e onde o sarcasmo e a ironia, habituais nos filmes de Tarantino, ganham vida própria tão ou mais notória que as próprias personagens em si.
Além de Waltz e de Laurent, desfilam também por este filme Brad Pitt como Tenente Aldo Raine líder dos "Sacanas", Diane Kruger no papel de espia a favor dos Aliados, Michael Fassbender no papel de oficial britânico e umas aparições quase especiais de Mike Myers e de Eli Roth. Não me espanta que Christoph Waltz seja nomeado, e ganhe, um Oscar de Actor Secundário pois o seu papel é francamente brilhante não só pelos seus excelentes diálogos como também pela personificação que o actor lhes dá, mostrando uma fúria quase sempre, realce no quase) domada. Surpreendente ainda mais é quando essa fúria aparece em todo o seu esplendor. Se de uma forma já é assustadora, vísivel mais ainda o é. Igualmente boa e digna de registo é a prestação de Diane Kruger no papel de uma espantosa espia cheia de garra e que em muitos momentos nos deixa um tanto na dúvida se o era mesmo ou não.
Quanto ao argumento é escusado dizer algo mais. Tarantino está no seu melhor e repete uma grande história depois de Pulp Fiction ou o mais recente Kill Bill. Não há dúvida que este será mais um grande filme na filmografia desde realizador, e não me surpreende se este filme fôr um dos mais nomeados na próxima cerimónia dos Oscars.
Boas interpretações, bom argumento, bom trabalho cinematográfico de Robert Richardson, bons cenários e uma excelente banda-sonora que "apenas" contribui para o magnífico ambiente criado no filme.
De realçar está claro, são as sequências finais passadas no cinema e também o último grande discurso entre Waltz e Pitt.
Temos mais um filme 5***** de Tarantino e que é decerto um dos melhores deste ano que agora está a terminar.
"Lt. Aldo Raine: You probably heard we ain't in the prisoner-takin' business; we in the killin' Nazi business. And cousin, Business is a-boomin'."
10 / 10
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