Valsa com Bashir de Ari Folman há logo à partida uma palavra que define todo o filme no contexto cinematográfico: inovação.
Habituados nós que estamos ao cinema de animação quase exclusivamente vindo dos Estados Unidos, e mais recentemente também com grandes produções vindas do Japão, é uma surpresa receber um filme deste estilo vindo de outro país, neste caso Israel.
Depois é ainda inovador por fugir à tradição daquilo que temos na ideia como um filme de animação onde um grpo de animais dançantes e falantes ou super-heróis que tudo conseguem desfilam durante cerca de 90 minutos de filme.
Aqui temos sim um relato ao estilo documental e em animação sobre o conflito israelo-libanês do início dos anos 80 onde um dos intervenientes no mesmo tenta recuperar as suas memórias sobre aquilo que se passou durante a sua permanência no exército israelita e sobre as suas acções durante o mesmo.
Ari Folman entrega-nos assim um filme inovador em várias vertentes e um documentário que se torna mais fácil de ver e com que facilmente se empatiza pois retrata uma história que ainda hoje está bem presente na memória de todos. Além disso são ainda retratados vários problemas como o stress pós-guerra e as consequentes falhas de memória que daqui podem advir bem como vários factos do dito conflito e claro, como toda uma geração israelita ficou marcada, e quem sabe perdida, por uma guerra que ainda não cessou.
Nomeado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e vencedor do Globo de Ouro na mesma categoria e ainda vencedor, entre outros, de um European Film Award para a brilhante banda-sonora composta por Max Richter, Valsa com Bashir é daqueles filmes surpresa que não se podem ou devem perder.
10 / 10
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